Suco de laranja não sofrerá restrição de mercado, diz Ciesp
A exportação de suco de laranja brasileiro para os Estados Unidos não sofrerá modificação nos próximos meses, segundo a diretoria regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), em Araraquara, Eneida Miranda Toledo.
Na avaliação da empresaria, a concentração de fungicida carbendazim está em menos da metade da safra destinada a exportação, o que prejudicará pouco o volume destinado ao mercado norte-americano. “A safra que será colhida a partir de abril já foi pulverizada adequadamente e não terá a presença do fungicida proibido no Estadis Unidos”, relatou Eneida Miranda.
A informação sobre o suspensão temporariamente da importação de suco proveniente de pomares tratados com o fungicida carbendazim veio das Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) e a Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus).
O uso do produto estaria relacionado ao aumento do risco de tumores no fígado, de acordo com o Food and Drug Administration (FDA), agência americana reguladora de alimentos e medicamentos.
A utilização do fungicida é permitida na legislação brasileira e na dos principais mercados consumidores do suco brasileiro (União Europeia, Japão e Canadá). Ele é usado no combate à pinta-preta, um tipo de fungo muito comum em laranjais brasileiros segundo nota da Citrus BR.
Segundo nota da Associtrus, porém, o FDA informou que os níveis de carbendazim detectados no suco de laranja brasileiro não apresentam riscos à saúde, portanto, não vai retirar o produto do mercado.
Já o Ministério da Agricultura informou, em nota, que o governo brasileiro não foi notificado oficialmente sobre os testes de segurança feitos pela FDA no suco de laranja nacional.
A nota da FDA teria decorrido do fato de o carbendazim atualmente não ter registro para a cultura de citros nos Estados Unidos. Por isso, as autoridades norte-americanas vão monitorar os níveis do fungicida no suco exportado para lá, mas o produto continua liberado para consumo.
Se testes futuros indicarem níveis do fungicida que representem riscos à saúde dos consumidores, o público será alertado e o produto retirado do mercado.