Prédio desaba no centro do Rio; Há 11 vítimas
Dois prédios no Centro do Rio desabaram na noite desta quarta-feira, próximo ao Teatro Municipal. Um deles, o Edifício Liberdade, é localizado na Avenida Treze de Maio 44 e tem 17 andares. O outro, o Edifício Colombo, é de 11 andares, na Rua Manoel de Carvalho 16. De acordo com fontes da Defesa Civil, dois corpos já foram encontrados no local. Até o momento, segundo estimativas há 11 vítimas nos escombros, entre mortos e feridos. As primeiras informações apontam para uma explosão, devido ao forte cheiro de gás. A Light cortou a energia da região.
Houve um princípio de incêndio do prédio cuja maior parte da estrutura desabou. O fogo ameaçou o edifício vizinho, Capital, esquina com a Rua Almirante Barroso. Segundo o Corpo de Bombeiros, o prédio apresenta rachaduras. Há pessoas nos imóveis. Elas acenam para os bombeiros. As escadas do Edifício Capital teriam sido obstruídas pelos escombros. De acordo com um ouvinte da Rádio CBN, ele está em contato com um conhecido que encontra-se em um elevador do edifício.
De acordo com imagens da prefeitura, o acidente atingiu grande área, inclusive carros e motos. No edifício que desabou funcionava, no térreo, uma agência do Banco Itaú e uma loja da empresa Mundo Verde. No prédio, funcionavam escritórios.
Os feridos estão saindo pela Rua Manoel de Carvalho, que fica ao lado do Teatro Municipal. Cristiane do Carmo, de 26 anos, foi levada pela Polícia Militar ao Hospital Souza Aguiar. Segundo parentes, ela está bem. A outra vítima ainda não foi identificada. Surgiram voluntários no local para ajudar, entre eles o anestesista José Antônio Diniz, que mora na Glória, e assim que viu pela TV o acidente ele se dirigiu ao local e se apresentou como voluntário aos médicos do Corpo de Bombeiros. O clima no entorno do prédio é de muita comoção, parentes de pessoas que estavam nos escritórios do prédio, souberam do acidente, e estão no local aguardando notícias dos bombeiros.
O prefeito Eduardo Paes chegou ao lugar da tragédia e, neste momento, circula pelos escombros, avaliando a situação junto a bombeiros e agentes da Defesa Civil. O prefeito deve fazer um pronunciamento ainda nesta noite.
Duas pessoas deram entrada no Hospital Souza Aguiar. Um idoso, aparentemente bem, e uma mulher, com um trauma na cabeça, de acordo com as primeiras informações. Ela está, neste momento, na sala de tomografia da unidade.
O advogado Luiz Antônio Jean Trajan, que trabalha num escritório no prédio número 45 da Avenida Treze de Maio, em frente ao edifício comercial que desabou, disse que se lembrou do ataque terrorista ao World Trade Center, em 11 de setembro de 2001.
– O prédio caiu todo, como se tivesse sido implodido. Parcia o World Trade Center. Ouvi um forte estrondo e vi tudo acontecer. Havia uma obra no prédio, acho que no sexto andar. Pelo menos dois funcionários estravam trabalhando na hora da tragédia – afirmou Trajan, que está na Treze de Maio, e disse que não sentiu cheiro de gás em qualquer momento.
Alexandre Trotta, que trabalha numa empresa de informática que funciona no quinto andar do Edifício Capital, vizinho ao que desabou, ouviu inicialmente um pequeno barulho como se fossem detritos caindo. Abriu a janela, quando aconteceu o desmoronamento:
– Foi um grande estronto. Era como se o mundo tivesse vindo abaixo. O prédio veio abaixo. Ele caiu para frente e para trás e levou o que estava nas janelas do meu prédio – contou ele.
Frotta desceu os cinco andares de seu prédio e, ao chegar no térreo, constatou que não tinha sobrado nada do edifício vizinho.
– Só tinha entulho. A banca de jornal que tinha no local foi destruída. Os carros estacionados na Treze de Maio acabaram – explicou.
O contador Heverton Ferreira, que trabalha no prédio, havia saído há cerca de meia hora do local, quando soube por um telefonema que o edifício tinha desabado. Ele não tem notícias de seu pai, que ainda estava num dos escritórios do edifício. Segundo Heverton, esta semana, porteiros falaram que a CEG faria uma inspeção no subsolo, por conta do forte cheiro de gás. No subsolo do edifício havia uma agência do Itaú.
– O prédio fechava às 21h. E faltava cerca de 30 minutos para isso. Mas ainda tinha muita gente lá. Ainda deviam ter umas 15, 20 pessoas dentro do prédio.
Vicente da Cruz costuma entregar galões d’água num escritório do sétimo andar do edifício. Ele conta que já estava do lado de fora do prédio, quando começou a ouvir explosões.
– Fui me afastando, me afastando. E de repente o prédio caiu. Tinha cerca de 20 pessoas próximas à marquise. Assim como eu, elas saíram correndo. Por um segundo, eu tinha morrido – contou.
O tema #DesabamentoRio está em primeiro lugar nos trend topics (dez assuntos mais comentados) do Twitter no Brasil e, por alguns minutos, chegou a figurar em segundo lugar entre os mais comentados no mundo.
Interdições no tráfego de veículos e em estações do Metrô Rio
O Centro de Operações informou, ainda, que a Avenida Almirante Barroso, trecho entre a Rua Senador Dantas e Avenida Rio Branco, encontra-se interditada ao tráfego de veículos em ambos os sentidos por conta do incidente. De acordo com a nota, equipes da pefeitura já estão no local, assim como o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar do Rio de Janeiro. A Treze de Maio é uma via sem circulação de automóveis.
Em entrevista à Rádio CBN, o diretor do Centro de Operações do Rio de Janeiro, Joaquim Diniz, afirmou que a Avenida Rio Branco será totalmente interditada a partir da Avenida Presidente Vargas.
– Em termos de trânsito não temos problemas, estamos com as equipes todas da CET-Rio no local – disse.
De acordo com o Centro de Operações da Prefeitura do Rio, as estações do metrô da Presidente Vargas, Uruguaiana, Carioca e Cinelândia estão fechadas. Ainda segundo o Centro, a Linha 1 está indo de Ipanema até Glória e a Linha 2 até a Central.