O tropeiro Leandro Bueno, da Companhia de Rodeio que leva seu nome, foi o convidado desta terça-feira (1º) no programa Primeira Página no Ar, da São Carlos FM [107,9]. Em entrevista descontraída e esclarecedora, Leandro falou com entusiasmo sobre o retorno do rodeio à cidade após 22 anos, confirmou presença no evento e fez questão de rebater críticas sobre supostos maus-tratos aos animais.
“Vamos trazer o que tem de melhor. Touros que já foram à final de Barretos, tropa de qualidade. Vai ser um rodeio bonito, de respeito, com nível nacional”, destacou.
Segundo Leandro, quatro companhias estarão presentes na competição em São Carlos, cada uma com sua boiada. “Vai ser um rodeio bem disputado tanto de peão quanto de boi”, afirmou. Ele explicou que a seleção dos animais obedece a rigorosos critérios técnicos e legais. “Cada touro passa por exames de sangue, testes de tuberculina e só entra em pista com autorização dos veterinários e GTA (Guia de Trânsito Animal).”
Leandro também aproveitou o espaço para desmistificar algumas ideias sobre maus-tratos. “Como alguém vai maltratar um animal que vale meio milhão de reais? Um boi atleta, que precisa estar bem tratado para render? Isso não existe. Hoje é tudo muito fiscalizado, não tem mais espaço para erro”, garantiu.
A paixão pelo que faz é visível. Leandro contou que sua companhia conta hoje com cerca de 30 touros prontos para rodeios, todos criados e cuidados com dedicação. “É um investimento de amor. Tudo que o rodeio dá, a gente devolve neles. Alimentação especial, medicamentos, casqueamento. É como cuidar de um atleta de elite”, comparou.
Questionado sobre a origem dos nomes dos touros, Leandro disse que a inspiração vem de filmes, cidades ou até bairros. Um exemplo é o touro “Tijuco Preto”, batizado em homenagem ao bairro são-carlense. “O nome tem que ornar com o estilo do animal”, brincou.
Leandro também aproveitou a entrevista para enaltecer a coragem dos organizadores do rodeio, especialmente o vereador Bira Teixeira (PODEMOS) e a MP Produções. “Estão fazendo tudo na raça, sem apoio da prefeitura, sem dinheiro público. É um evento acessível, com entrada solidária em troca de alimentos. Isso não é comum no Brasil. Tem que tirar o chapéu”, afirmou.
No encerramento, Leandro deixou duas mensagens. Aos críticos do rodeio, pediu mais informação e menos preconceito. “Vai lá na fazenda ver como tratamos os animais. A maioria dos que critica come carne e nunca viu um boi de perto.” E aos amantes do rodeio, deixou o convite: “Compareçam. O rodeio de São Carlos vai entrar pra história.”
A Companhia de Rodeio Leandro Bueno está sediada na Fazenda Copacabana, em São Carlos, onde Leandro cuida pessoalmente de seus animais. Com duas participações na final internacional de Barretos nos anos de 2023 e 2024, ele agora volta suas atenções para o grande evento de agosto em sua cidade natal, onde a pressão, segundo ele, “é maior que em Barretos, porque aqui é em casa”.
O rodeio de São Carlos promete ser um marco no calendário festivo da cidade, resgatando tradições e mostrando que, com profissionalismo e respeito, a cultura sertaneja pode — e deve — ser celebrada com orgulho.
