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Metalúrgicos querem barrar importação de componentes

07/02/2012 11h48 - Atualizado há 13 anos Publicado por: Redação
Metalúrgicos querem barrar importação de componentes

Com o objetivo de reduzir e até barrar a importação de componentes de produtos da linha branca, como compressores e outros equipamentos eletroeletrônicos, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos espera parar o centro de São Carlos lançará, na próxima quinta-feira, 9 de fevereiro, uma campanha para  proteger a indústria nacional deste segmento.

Em última análise o objetivo dos metalúrgicos é proteger o próprio emprego dos trabalhadores. A atual política cambial vem gerando o que o professor da UFSCar e economista, Luis Fernando Paulillo, chama de “cadeias produtivas ocas”. A ideia da organização do movimento é que ele comeceem São Carlose ganhe o Brasil até chegar à Brasíia e a presidente Dilma Roussef, para que ela tome medidas que barre a importação de componentes dos produtos da linha branca.

 

A passeata, que reunirá sindicalistas da CUT e da Força Sindical, sairá da Praça Itália, por volta das 8h e atravessará a Avenida São Carlos com faixas, camisetas e palavras de ordem, devendo ser encerrada na região central da cidade, com um ato público.

 

Embora empresas como a Electrolux e a Latina Eletrodomésticos, que montam produtos finais, como tanquinhos, lavadoras de roupas e similares, não enfrentem problemas e até possam ser beneficiadas com a importação de componentes mais baratos, a Tecumseh do Brasil, que produz o compressor hermético, componente importante da geladeira, é altamente prejudicada.  “Dentro deste contexto, Tecumseh e Embraco disputam o mesmo mercado e passam por dificuldades. A Tecumseh hoje conta com 3.200 trabalhadores”, comenta o presidente do sindicato, Erick Pereira da Silva.

 

O sindicalista afirma que atualmente a indústria brasileira perdeu a força como grande exportadora. Diante deste quadro, ele ressalta que não se pode, também, deixar que o parque fabril também fique sem o mercado interno. “O Brasil não é hoje uma boa base de exportação, principalmente devido ao câmbio. E alterar a questão do câmbio não é algo simples e não depende nem mesmo do governo brasileiro.Existem, inclusive países utilizando o câmbio como diferencial na situação política de mercado externo”, destaca ele.

 

A importação desenfreada também é alvo de críticas de Erick.  “Devido também ao câmbio, no Brasil, a indústria nacional está aumentando a produção com compressores vindos de fora. Isso sem falar nas empresas que trazem o produto pronto e acabado do exterior”.

 

Erick dá um exemplo específico do problema. “Temos empresas nacionais que produzem eixos, motores elétricos e engrenagens. Se a Electrolux de São Carlos, por exemplo, traz toda a transmissão da lavadora de fora para montar aqui, então não se faz mais no Brasil os eixos, as engrenagens e os motores elétricos. Não se fabrica mais os0 chicotes, as polias, as correias, nada. Assim todas as pequenas empresas com até 100 trabalhadores, com 30 fábricas na base, no total, quebram todas, o que acaba desempregando quase uma Tecumseh”, comenta ele. 

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