Consulta a cheques cai 15,19% em 2011
O número de consultas a cheques através do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) realizado pela Acisc (Associação Comercial e Industrial de São Carlos) registrou queda de 15,19% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Estes números representam um dos termômetros da economia são-carlense, pois está ligado diretamente na compra a crédito.
Em 2010 foram registradas 220.744 consultas a cheques emitidos para compras no comércio varejista, o que dá uma média de aproximadamente 605 consultas por dia. Em 2011 foram realizadas 187.203 consultas ao sistema de verificação de cheques, numa média de 513 consultas diárias. De um ano para o outro houve uma redução de 33.541 consultas, o que significa 92 consultas diárias a menos.
CONSULTAS DE CRÉDITO – Quanto às consultas de crédito, operação realizada no momento final da compra, houve uma queda de 7,3% de 2010 para 2011. Em 2010 foram realizadas 362.122 consultas ou 992 por dia e em 2011 este número caiu para 335.654, o equivalente a 917 consultas diárias, o que também representa um total de 26.468 consultas a menos.
O presidente do Sincomercio, Paulo Gullo, afirma que o aumento de renda da população brasileira em geral registrada nos últimos anos, alterou substancialmente os hábitos de consumo e as formas de pagamento. “Antes a compra através do cheque era corriqueira. Hoje, ela é bem menor. Na verdade, o dinheiro de plástico acabou tomando conta. O cartão de débito substituiu o cheque à vista e o cartão de crédito substituiu o cheque pré-datado. O sistema de cartões é bem melhor para todos. Para o lojista é uma venda sem inadimplência. Para o consumidor tem valor de pagamento à vista, mas no caso do crédito, este pagamento é feito depois”.
Consultas – Com relação às consultas ao SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) e SCPC Cheque, Neto afirma que a diminuição verificada nos últimos meses deve-se ao aumento no uso de cartões de débito e crédito, o chamado “dinheiro de plástico”.
“Os cartões acabam sendo benéficos para todos: mais práticos para o consumidor e mais seguros para o comerciante. Diante disso, eles deixaram de ser tendência e passaram a ser preferência no comércio”, conclui o presidente da ACISC.
Um comerciante que não quis se identificar afirma que em janeiro o volume de cheques sem fundos recebidos foi muito grande. “Infelizmente muita gente gastou além do que podia em dezembro e muitos cheques voltaram, inclusive cheque de valores altos”, lamentou ele.
A inadimplência dos brasileiros que usam cheques cresceu 6,06% em 2011, revela pesquisa divulgada hoje (11) pela Telecheque, empresa especializada em análise de crédito para pagamentos com cheques. De acordo com a pesquisa, o percentual de cheques sem fundos passou de 2,64% em 2010 para 2,8% no ano passado.
AVANÇO – Na comparação mensal, a inadimplência aumentou 13,13%. A proporção de cheques não pagos passou de 2,36%, em dezembro de 2010, para 2,67%, no mesmo mês de 2011. Segundo a Telecheque, o crédito barato e o aumento do consumo explicam o maior nível de calote. Isso porque o crescimento nos prazos dos financiamentos e nos valores das compras está diretamente relacionado à maior exposição à inadimplência.
A Telecheque fez o levantamento com base nos valores em reais das transações com cheques. A empresa recomenda aos consumidores que planejem os gastos extras para não deixarem de honrar compromissos.