Virgindade volta a ser valorizada por jovens
A estudante de medicina Fabiana Oliveira, 26 anos, namorou durante dois anos um colega de faculdade, assim como tantos outros que iniciam a graduação. No entanto, um fator a diferencia do seu grupo de amigas: até hoje ela é virgem, fato do qual não tem vergonha e que assume publicamente. “Meus amigos sabem e respeitam minha opção. Da mesma maneira como eu respeito a escolha de eles terem diferentes parceiros. Sempre fui adepta da ideia de ter uma relação onde o amor vá além do desejo”, declara.
Pesquisas realizadas com jovens indicam que esse tipo de comportamento ainda é tímido no Brasil, pois os adolescentes iniciam a vida sexual cada vez mais cedo. No entanto, existem manifestações em redes sociais, por exemplo, que visam despertar o apego a antigos valores, como a virgindade antes do casamento e namoros que durem por mais tempo.
No Facebook, a fã page “Eu escolhi esperar” – página que pode ser seguida por usuários de determinado produto ou que apreciam uma ideia – reúne mais de 310 mil seguidores. Em sua descrição, consta que os que ali estão reunidos buscam restaurar valores esquecidos, que conflitam com o forte apelo sexual existente atualmente.
De acordo com a psicóloga Diana Vergara o apelo sexual e a banalização do sexo presentes na mídia, na cultura do país e na própria sociedade fazem com que a decisão de manter-se virgem atualmente não seja algo tão simples. “Existe uma reação social na qual tanto se prega a quebra da virgindade que as pessoas chegam até mesmo a achar que a pessoa o virgem é o cafona, o errado, o careta. Sejam pessoas que decidem casar virgens por opção pessoal ou porque seguem algum princípio religioso, ambas se sentem assim. Mas não necessariamente esse desejo só parte de uma exigência religiosa”, explica.
É caso da estudante de relações internacionais Vitória Ramalho, que, espelhando-se nas avós, mães e tia, pretende manter-se virgem até o casamento. “Na minha opinião, o matrimônio representa essa relação de amor honesta, fiel e exclusiva. Fazer parte de uma igreja não significa que a pessoa tem que necessarimente se casar virgem. Eu tenho amigos de diferentes religiões e que não esperaram até o casamento”, afirma.
Segundo ela, hoje em dia é muito complicado para uma pessoa expressar sua opinião sobre o namoro casto sem ser julgada. “O assunto vira razão para deboche. Por isso evito debater minha escolha em público, mas esse é meu propósito e vou mantê-lo. Muitos amigos aceitam meu posicionamento, já outros se impressionam e acham absurda minha decisão, porém isso não me afeta”, finaliza.
Aí casa, o parceiro é frigido e pronto, la se vai o casal.