Safra de cana do centro sul não será recorde
Com a moagem de cana-de-açúcar começando mais tarde, a nova safra (2012/13) do centro-sul do Brasil terá mais tempo para se desenvolver, ganhará em termos de sacarose e será maior do que a fraca temporada 2011/12.
Mas esse crescimento não deverá ser suficiente para que o centro-sul do país, que responde por cerca de 90 por cento da produção de cana, volte a ter uma safra recorde, disse o diretor-técnico da Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar), Antônio de Pádua Rodrigues.
A safra 11/12, que sofreu com adversidades climáticas como a seca e até geadas, caiu mais de 10 por cento na comparação com a temporada anterior, resultando na primeira queda em 11 anos.
A produção foi afetada também pela queda na produtividade decorrente do envelhecimento dos canaviais, devido à redução de investimentos desde a crise de 2008, o que elevou o preço do etanol, cujas vendas despencaram em função da menor competitividade em relação à gasolina.
“Será uma moagem maior do que na safra atual, que foi de 494 milhões de toneladas, e evidentemente menor do que na safra passada…”, disse Pádua, em entrevista à Reuters. “Não (vai ser recorde), ela vai ser maior (que 11/12), mas ela não vai voltar… é muito difícil que ela volte aos níveis da safra 2010/2011”, declarou.
A moagem da safra 10/11 do centro-sul atingiu 556,9 milhões de toneladas de cana, segundo a Unica.
Anteriormente, Pádua afirmou à Reuters que haverá uma recuperação da produtividade na temporada 12/13, em função de uma maior taxa de renovação dos canaviais, embora a lavoura ainda seja considerada mais velha e menos produtiva do que o ideal.