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15,7% das mulheres já sofreram violência

08/03/2012 08h33 - Atualizado há 13 anos Publicado por: Redação
15,7% das mulheres já sofreram violência

Perto de 11,4 mil mulheres araraquarenses — 15,7% da população feminina de Araraquara, cidade vizinha a São Carlos — admitiram já terem sido vítimas de algum tipo de violência, sendo a física a principal delas, em pesquisa feita pela ONG Cedro Mulher, em parceria com a Nueva, da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Esses dados, segundo Edna Martins, presidente do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres de Araraquara, se mostram correlatos ao perfil de São Carlos. “A realidade da violência no País é bastante democrática, infelizmente. Todas as cidades acabam sendo contempladas”, afirmou.

Estudo inédito na região, realizado em 2010, a pesquisa entrevistou 401 mulheres acima de 16 anos que são eleitoras e podem definir políticas públicas para a cidade A amostra corresponde a 0,55% da população feminina politicamente ativa da cidade, que é de 72,8 mil eleitoras.

Para Edna, a pesquisa pode servir como um parâmetro da dificuldade que as mulheres ainda têm de verbalizarem situações de violência, já que o volume de denúncias é muitas vezes menor do que o das ocorrências admitidas. “Os casos na grande maioria são subnotificados, mas esses números registrados em São Carlos (780 ocorrências em 2011, segundo dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública) norteiam para que se pense em políticas públicas”, afirmou.

Em São Carlos, a Prefeitura mantém a Casa Abrigo, local que acolhe mulheres vítimas de violência e que estejam correndo risco de morte. Muitas delas se recolhem com os filhos que acabam vítimas da mesma violência, como explicou psicóloga, pesquisadora e integrante do Laboratório de Análise e Prevenção da Violência (Laprev), ligado à Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Raquel Brino.

Ela disse ainda que o atendimento feito anteriormente pelo Laprev na Unidade de Saúde Escola (USE) está suspenso em 2012, por falta de pessoal e a retomada pode acontecer em 2013. No momento não foram feitos um balanço do atendimento feito em 2011, mas esses dados poderão ser revelados até o final do ano.

Raquel comentou que no ano passado teve um percentual significativo de mulheres que sofreram violência física e verbal de namoradas. “Não temos dados que possam quantificar, mas é uma informação que pode ser qualificada como importante para possíveis pesquisas”, afirmou.

De acordo com dados da assessoria de imprensa da Prefeitura, de 2001 a 2011, cerca de mil mulheres foram atendidas no Centro de Referência da Mulher e cerca de 220 na Casa Abrigo. A média de atendimentos mensais entre os dois locais citados é de 40 mulheres, muitas delas, vítimas reincidentes.

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