Hip-Hop: a cultura que vem das ruas
O movimento cultural Hip-Hop surgiu no final da década de 1960 nos Estados Unidos, e trata sobre os conflitos sociais e da violência urbana vividos pelas classes menos favorecidas da sociedade. O Hip-Hop aborda temas como a cultura das ruas, dos guetos, a miséria e a polícia. Esse é um movimento de reivindicação de espaço e voz, traduzidos em letras de músicas questionadoras e agressivas, e em imagens grafitadas pelos muros das cidades. Como movimento cultural, o Hip-Hop é composto por quatro elementos, o canto do rap, o sistema de som do DJ, a dança do break dance e a pintura do grafite. Para entender melhor o Hip-Hop, o Mc e integrante de grupo de rap, Lincoln Rossi, explica sobre a cultura.
“A cultura Hip Hop foi instituída de fato quando o DJ conhecido como o fundador oficial do movimento Afrika Bambataa juntou a forma falada das músicas trazidas da Jamaica, o rap, com as pinturas feitas nas ruas em forma de protesto, o grafite, e as danças feitas em cima das novas músicas”, diz.
“Outro elemento bastante importante para essa cultura e considerado hoje em dia o quinto elemento é o conhecimento. Enfatizando que a cultura Hip Hop não deve ser jamais uma cultura vazia, mas sim uma cultura formadora para seus adeptos e para a sociedade, onde exista o respeito mútuo, disseminação da paz e responsabilidade como principais metas”, ressalta Lincoln.
Nos dia de hoje, o Hip-Hop não faz parte somente da vida das pessoas da periferia, hoje ele ganhou adeptos em outras classes sociais onde muitos aderiram ao estilo de vestir e as músicas. Para Lincoln há um motivo para o movimento estar ganhando esses espaços. “Para mim o principal motivo é que o Hip-Hop possui perspectivas consistentes e que são necessidades gritantes no nosso cotidiano. Acredito que não é porque surgiu na periferia que ele tenha que ficar concentrado somente nela, a intenção é que se dissipe por todos os lados, levando suas ideias através de pessoas sérias, independente da região onde mora, da cor da pele, ou da classe social. O importante é que a mensagem chegue com sinceridade e seriedade, através das músicas e dos desenhos. E que os projetos sociais ligados a dança funcionem resgatando crianças e jovens em risco de vulnerabilidade, independente de onde aconteçam e assim por diante”, declara.
“O Hip-Hop não pode ser consumido, tem que ser vivido. Não consiste em montar um estilo comprando roupas caras, por exemplo. É um estilo de vida, uma ideologia a ser vivida, uma cultura a ser seguida”, finaliza o Mc.