Pesquisadores podem ter achado obra perdida de Da Vinci
Pesquisadores da arte e cientistas disseram nesta segunda-feira que um projeto de alta tecnologia que usa minúsculas análises por vídeo revelou evidências de que um afresco do mestre renascentista Leonardo da Vinci ainda pode existir por trás de uma parede na prefeitura de Florença, após passar cinco séculos desaparecido.
“Junto com historiadores da arte e cientistas combinando evidências históricas e tecnologia, essa equipe de pesquisas desvendou um mistério que passou mais de 500 anos conosco”, disse Terry Garcia, vice-presidente-executivo da Sociedade Geográfica Nacional dos EUA, que patrocinou o trabalho.
A busca pelo “Leonardo perdido” gerou polêmica, porque os pesquisadores precisaram perfurar uma obra existente, e porque nem todos concordam que haja um afresco de Da Vinci por trás.
No começo do século 16, governantes florentinos encomendaram a Leonardo, então no auge da carreira, um enorme afresco celebrando a vitória da República Florentina sobre os milaneses numa batalha de 1440.
Da Vinci, que detestava guerras, pintou um grupo de cavalos e cavaleiros num furioso combate. Ele abandonou o projeto cerca de um ano após o início, provavelmente devido ao fracasso de uma nova técnica experimental para os afrescos. Mas parte dos estudos preparatórios permaneceu, e também cópias de outros artistas a partir do afresco original.
Todos os traços do original se perderam mais de 50 anos depois, quando Giorgio Vasari reformou a grandiosa Sala dei Cinquecento, no Palazzo Vecchio, e recebeu ordens para pintar um novo afresco, “A Batalha de Marciano”, compatível com as paredes mais altas.
Alguns acreditam que Vasari não quis destruir a obra de Da Vinci, e por isso teria construído uma nova parede com uma fresta de vários centímetros à frente do afresco original, para preservá-lo.