Renan Monteiro/AE
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta quinta-feira, 31, uma maior integração entre Brasil e Estados Unidos, ao falar da possibilidade de afastamento comercial entre os países com a vigência da tarifa de 50% sobre parte da pauta exportadora para os norte-americanos. A taxa proibitiva inibe o comércio de diferentes setores.
“Nós temos que buscar mais integração, mais parceria. Em 2003, o comércio com os Estados Unidos representava 25% das nossas exportações, hoje representa apenas 12%. Em vez de crescer, nós diminuímos. E nós temos que buscar mais integração, não menos. Essa atitude tarifa vai nos afastar, porém nós queremos aproximação”, disse o ministro.
PONTO DE PARTIDA É MELHOR DO QUE SE ESPERAVA
Haddad reconheceu que o decreto do governo de Donald Trump oficializando a tarifa de 50% contra produtos brasileiros veio “melhor do que se esperava”, embora tenha reforçado que o governo brasileiro está longe do “ponto de chegada” nas negociações.
“Nós estamos em um ponto de partida mais favorável do que se imaginava, mas longe do ponto de chegada. Há muita injustiça nas medidas que foram anunciadas ontem (quarta-feira, 30), há correções a serem feitas, há casos que são dramáticos, que deveriam ser considerados imediatamente”, disse, ao chegar à sede do Ministério da Fazenda.
Como mostrou a Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, nesta quarta-feira, o governo recalcula o impacto do tarifaço norte-americano. Entre os principais setores, aviação, suco de laranja, celulose e petróleo foram poupados. Entretanto, café, carne bovina, frutas, pescados, aço e cacau seguem no afetados.
O ministro relatou, nos últimos dias, melhora no cenário de negociações com os EUA, processo liderado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin. Haddad mencionou ainda que pelo menos nos últimos dez dias houve mais abertura para o diálogo.
A equipe do secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, já sinalizou para uma conversa com Haddad sobre as tarifas de 50%. O diálogo ocorrerá, pela previsão, após o retorno do secretário da Europa.
