Dólar cai 0,65% por exterior e fluxo, mesmo com BC
Depois de quatro dias com valorizações, o dólar fechou em queda nesta sexta-feira, 23, diante de um cenário externo melhor e dados mais positivos nos Estados Unidos. Nem mesmo a intervenção do Banco Central, com leilão de compra à vista, foi suficiente para puxar a moeda norte-americana.
O dólar encerrou com baixa de 0,65% ante o real, cotada a 1,8103 na venda, fechando perto da mínima do dia, de 1,8098 real. Mesmo assim, na semana, a moeda acumulou alta de 0,38% na semana
Profissionais do mercado, acreditam que provavelmente houve um fluxo maior de entrada de dólares nesta sessão e lembram que os investidores continuam aguardando que o governo possa anunciar novas medidas em relação ao câmbio.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem dito que o governo vai continuar atuando no câmbio para não permitir que o real tenha fortes valorizações frente ao dólar, o que tira a competitividade dos produtos brasileiros no mercado externo.
Nesta sexta-feira, 23, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, afirmou ainda que a atual taxa de câmbio brasileira ainda está apreciada, em função de uma elevada taxa de juros no Brasil, do cenário externo, do aumento recente dos preços de commodities e de uma menor fragilidade financeira no país.
Mantendo a estratégia de fazer atuações esporádicas, nesta sexta-feira, o BC voltou a atuar com um leilão de compra de dólares à vista, após dois dias sem aparecer. Para especialistas, a volta da autoridade monetária pode ter sido estimulada pelo entrada de recursos externos no país e a melhora no cenário internacional.
“Deve estar acontecendo um fluxo positivo forte hoje, mesmo com a atuação do Banco Central, o dólar caiu mais”, disse o consultor financeiro da Previbank DTVM, Jorge Lima, que também destacou a influência do cenário externo, com uma valorização do euro e queda do dólar ante outras moedas.
Indicadores de vendas de imóveis novos nos Estados Unidos registraram queda, mas os preços tiveram alta, animando investidores em relação a uma recuperação do mercado imobilário do país.
“O mercado externo colaborou, com uma melhora nos Estados Unidos e na Europa e indicadores vindo confortáveis”, disso o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.