Embrapa e Senar se unem para formar multiplicadores em Agricultura de Precisão
A oferta cada vez maior de tecnologias embarcadas disponibilizadas pelas indústrias de máquinas agrícolas tem gerado a necessidade de capacitar usuários para que possam empregá-las adequadamente, principalmente por quem deseja adotar a técnica de agricultura de precisão (AP). A Embrapa e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) se unem para capacitar técnicos que possam levar esse conhecimento até os produtores rurais.
Em São Carlos (SP), instrutores do órgão de 17 estados do país estão recebendo, de 27 a 31 de outubro, informações técnicas sobre ferramentas empregadas em agricultura de precisão, como GPS, sensores, sistemas de informação geográfica, Vants (Veículos aéreos não tripulados), além de conhecerem as oportunidades do sistema para culturas perenes e anuais, grãos, algodão, fruticultura, culturas irrigadas e pecuária.
No dia 29 os dois grupos, com 30 participantes cada, se juntam para participar de um treinamento com empresas que fabricam e comercializam ferramentas de AP. Na opinião do líder da Rede de Agricultura de Precisão, Ricardo Inamasu, pesquisador da Embrapa Instrumentação, não basta só adquirir as ferramentas, é preciso saber usá-las e extrair delas o potencial máximo. “Sabendo pra que servem, será possível fazer a gestão da lavoura”, afirma.
Em 2012, o Senar criou um programa de capacitação em tecnologias embarcadas em agricultura de precisão para produtores e operadores no meio rural. A primeira etapa do programa é a capacitação dos multiplicadores do órgão pela Embrapa. Os instrutores terão a oportunidade de conciliar os ensinamentos teóricos com a aplicação prática em terminais de computadores.
O assessor técnico e engenheiro agrônomo do Senar central, em Brasília, Rafael Diego Nascimento, afirma que esse é o primeiro passo para a transferência de conhecimento ao homem do campo e lembra que, em 2015, já estão previstos outros cursos, mais aprofundados em outros temas para qualificar a mão de obra rural.
Alberto Bernardi, pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos – SP), diz que o conhecimento sobre agricultura de precisão que está sendo repassado aos instrutores do Senar foi adquirido durante os quatro anos da Rede de Agricultura de Precisão e também está disponível em dois livros editados pela Embrapa.
Rede AP
A Rede de Agricultura de Precisão envolve 20 Centros de Pesquisa da Empresa e mais de 50 parceiros, como empresas, instituições de pesquisa, universidades e produtores rurais. São mais de 200 pesquisadores e 15 unidades experimentais distribuídas nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país, com pesquisas em 11 culturas perenes e anuais e cerca de 100 atividades de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação. Os campos experimentais envolvem as culturas anuais de milho, soja, algodão, arroz e trigo,perenes e simiperenes, como silvicultura (eucalipto), fruticultura (pessegueiro, macieira, laranja e videira), cana-de-açúcar e pastagem.
Em setembro de 2013, a Embrapa inaugurou, em São Carlos (SP), o Laboratório de Referência Nacional em Agricultura de Precisão (Lanapre). O espaço, inédito no Brasil, é utilizado para pesquisar e desenvolver equipamentos, sensores, componentes mecânicos e eletrônica embarcada, em um único local.
