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Fabiana luta para levar remo à final olímpica

14/04/2012 09h22 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Fabiana luta para levar remo à final olímpica

A parceria foi formada há apenas dois meses, elas só disputaram uma competição em dupla e ainda não puderam treinar juntas desde que conseguiram a vaga olímpica, porque o barco ficou preso na alfândega. Mesmo assim, as remadoras Fabiana Beltrame e Luana Bartholo são a grande esperança do remo brasileiro de conseguir ao menos uma final nos Jogos Olímpicos de Londres.

Fabiana, 30 anos, tornou-se a primeira brasileira campeã mundial da modalidade no ano passado, na Eslovênia, mas o barco skiff simples leve com o qual obteve a conquista inédita para o país não é olímpico, e por isso ela precisou buscar uma parceira para disputar a Olimpíada deste ano no double skiff.

“São coisas bem diferentes. Eu estava remando sozinha, agora estou com a Luana que está estreando na seleção, mas acho que a gente já chega com o respeito maior dos adversários. Com certeza, eles já sabem que a gente existe”, disse Fabiana à Reuters em entrevista na Lagoa Rodrigo de Freitas, seu local de treinamento diário e onde será disputada a competição de remo nos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro.

“Sozinha eu posso remar do meu jeito, não tem ninguém me acompanhando. No skiff duplo o principal é a sincronia, a harmonia entre as duas, o conjunto”, acrescentou a remadora, que foi a primeira do país a disputar uma Olimpíada, em 2004, e que também esteve nos Jogos de Pequim há quatro anos.

Luana, sua parceira de 26 anos e jornalista formada, tinha o esporte como uma atividade secundária até 2010, quando passou a se dedicar ao remo inspirada pela medalha de bronze conquistada por Fabiana, numa etapa da Copa do Mundo na Suíça.

A disputa interna na seleção para ser a parceira da campeã mundial aconteceu antes do torneio pré-olímpico realizado em março na Argentina, quando a dupla competiu junta pela primeira e única vez e conseguiu a vaga com a segunda posição, atrás apenas das donas da casa.

“Estou muito ansiosa mas ao mesmo tempo bastante segura por estar com a Fabiana, por ela ser campeã mundial, 15 anos de treinamento, já ter duas Olimpíadas na bagagem”, disse Luana à Reuters. “Vai ser minha primeira competição oficial e já estrear numa Olimpíada é tenso, mas com a Fabiana fica mais fácil.”

 

BARCO NA ALFÂNDEGA

O treinamento para Londres, no entanto, foi prejudicado por um problema com a alfândega argentina no retorno do barco delas para o Brasil. Um problema com a caixa de madeira utilizada para transportar o barco fez com que o equipamento ficasse três semanas preso no país vizinho, o que obrigou Fabiana e Luana a treinarem em barcos separados.

Segundo a Confederação Brasileira de Remo, o problema -a madeira não estava pintada conforme as exigências internacionais- foi resolvido na quinta-feira e a embarcação estará à disposição das atletas na Lagoa Rodrigo de Freitas no final da próxima semana.

“Estamos treinando em barcos separados, mas o skiff (simples) é a base de todos os barcos, então para melhorar a técnica e fisicamente o skiff (simples) é muito bom”, disse Fabiana, reconhecendo, no entanto, que a dupla vai precisar treinar bastante para conquistar entrosamento.

“Tem que remar muito, muito juntas, e cada uma pegar a remada da outra, principalmente ela pegar a minha porque eu sou a voga”, disse, referindo-se à remadora que vai na frente do barco.

Em suas duas primeiras Olimpíadas (Atenas-2004 e Pequim-2008), Fabiana ficou apenas em 15o e 19o, mas os melhores resultados de sua carreira foram conquistados a partir de 2010, após ficar um ano sem competir para ser mãe.

Antes do título mundial do ano passado, ela já tinha conquistado a primeira medalha de ouro do país numa etapa de Copa do Mundo, na Alemanha, e também tinha ficado em 4o lugar no Mundial da Nova Zelândia de 2010. Seu peso, que antes de ser mãe era em torno de 65 quilos (categoria pesado), baixou para 59 quilos (categoria leve).

Se em Londres a meta é chegar à final olímpica, o objetivo para os Jogos de 2016 no Rio é conseguir a primeira medalha olímpica da história do remo brasileiro.

“Tem que ser pé no chão, pensar que devagarzinho a gente vai chegando lá, e quem sabe em2016 agente consegue uma medalha”, disse Fabiana. “Vamos treinar esse barco, fazer o planejamento de quatro anos, que é o certo, para tentar conquistar um bom resultado aqui no Brasil.” (reportagem adicional de Thales Carneiro)

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