Kim é escolhido para presidir Banco Mundial
O Banco Mundial (Bird) escolheu nesta segunda-feira, 16, o especialista em saúde coreano-americano Jim Yong Kim como seu novo presidente, mantendo o controle de Washington sobre o posto e deixando os países em desenvolvimento a questionar o processo de seleção.
Kim, de 52 anos, derrotou a ministra das Finanças da Nigéria, Ngozi Okonjo-Iweala, com o apoio de aliados de Washington na Europa ocidental, do Japão, do Canadá e de algumas economias de mercado emergentes, como Rússia, México e Coreia do Sul. O Brasil havia anunciado pouco antes que decidira apoiar Okonjo-Iweala.
Diferentemente de decisões anteriores, não houve unanimidade. “Os candidatos finais receberam apoio de diferentes Estados-membros, o que refletiu o alto calibre dos candidatos”, disse o Bird sobre o anúncio de seu conselho.
Kim, presidente do Dartmouth College, assumirá o posto em 1o de julho, depois que o atual presidente, Robert Zoellinck, deixar o cargo.
Os Estados Unidos mantêm a presidência desde a fundação do Banco Mundial após a Segunda Guerra Mundial, enquanto um europeu sempre liderou o Fundo Monetário Internacional.
Diferentemente de outros presidentes do Banco Mundial, Kim não é político, banqueiro nem diplomata. Ele é médico e antropólogo que trabalhou para garantir tratamento aos pobres em países em desenvolvimento, seja combatendo a tuberculose no Haiti e em Pequim, seja enfrentando a Aids em prisões russas.
A disputa envolveu três candidatos até sexta-feira, quando o ex-ministro das Finanças da Colômbia, José Antonio Ocampo, retirou seu nome. Ele disse que o processo, que deveria ter como base as credenciais dos candidatos, tornou-se político.
O ministro das Finanças da África do Sul, Pravin Gordhan, comemorou o fato de não americanos terem disputado o posto pela primeira vez, mas também afirmou haver preocupações de que o processo não tenha se baseado totalmente em mérito.
“Acho que vamos descobrir que o processo ficou aquém disso”, disse Gordhan à Associação dos Correspondentes Estrangeiros na África do Sul, acrescentando que também houve “sérias preocupações” de que a decisão não contou com transparência.