Vital do Rêgo aceita presidência
O senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) aceitou a indicação para presidir a CPI que vai investigar as ligações políticas de Carlinhos Cachoeira, acusado de comandar uma rede de jogos ilegais, informou a assessoria do parlamentar nesta sexta-feira.
Na presidência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista, Vital será responsável pela condução dos trabalhos de apuração que podem atingir tanto governo quanto oposição.
De acordo com a assessoria de Vital, o senador só pretende se manifestar na terça-feira da próxima semana, quando forem oficializadas as indicações para integrantes da comissão.
Vital era um dos mais cotados para comandar a CPI.
A escolha dos partidos que ficam com a presidência e a relatoria da comissão segue critérios de proporcionalidade. Por ter o maior número de senadores, o PMDB ficou com a tarefa de indicar um presidente, enquanto o PT da Câmara definirá um relator.
O PT não anunciou ainda nenhum nome para a relatoria. A escolha dependerá do resultado de uma disputa interna entre o grupo formado pelo presidente da Casa, Marco Maia (RS), e o líder de bancada Jilmar Tatto (SP), contra nomes como o do ex-líder governista Cândido Vaccarezza (SP). Outros possíveis indicados são o ex-líder de bancada Paulo Teixeira (SP) e Odair Cunha (MG).
A CPI foi criada na quinta-feira para apurar o envolvimento de políticos e empresários com Cachoeira e deve ser instalada até a próxima quarta-feira.
O governo vem tentando mostrar uma atitude de distanciamento das negociações relativas à CPI, o discurso tem sido de respeito à autonomia do Legislativo.
Em evento no Rio de Janeiro, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, se mostrou indiferente à decisão dos parlamentares e às possíveis consequências das investigações nas esferas do governo.
“Isso é uma faculdade do Congresso Nacional, um tema que cabe ao Congresso Nacional decidir e discutir”, afirmou Gleisi, que participa de uma reunião preparatória para a conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável, a Rio+20.
Ao ser indagada sobre o impacto da CPI nas políticas do governo federal, a ministra respondeu que “essa não é a primeira CPI e nem deve ser a última”.
“Esse é um instrumento legal do Congresso Nacional”, disse. (Reportagem adicional de Rodrigo Viga Gaier no Rio de Janeiro)