Brics definirão contribuição ao FMI em 2 meses
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira, 20, que um acordo para elevar o poder de fogo do Fundo Monetário Internacional (FMI) em 400 bilhões de dólares está próximo. Ele ressalvou, porém, que os países dos Brics -grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul- determinarão sua contribuição apenas nos próximos dois meses e que dependerá de reformas no fundo.
“Os países dos Brics não vão especificar os valores que cada um vai colocar. A questão é como se chega nesses 400 bilhões de dólares, e isso será definido em princípio até a próxima reunião, daqui a dois meses. Nesse período, cada país vai definir quanto vai colocar”, disse o ministro.
Mantega destacou, entretanto, que a contribuição dos Brics está sujeita ao cumprimento das condições estabelecidas por esses países. “Qual seja, continuar com a reforma, cumprir as datas da reforma (das cotas) e mudar a fórmula”, completou ele.
Essa postura vem sendo mantida pelo Brasil há tempos. Na segunda-feira, o ministro já havia dito que o Brasil não injetaria mais recursos no FMI enquanto não houvesse sinais mais claros de reformas dentro do organismo e que abram mais espaço aos países emergentes.
A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, quer que pelos menos 400 bilhões de dólares sejam injetados no FMI, a fim de lidar com a crise de dívida da zona do euro. A expectativa é que os comprometimentos sejam definidos em reunião nesta sexta-feira, 20 do G20 – grupo formado pelas principais economias do mundo.
“É provável que haja um acordo em torno de um valor de 400 bilhões de dólares como um novo aporte a ser feito para o FMI. Já existe uma lista com 300 e poucos bilhões”, completou Mantega.
O apoio de Rússia, China e Brasil é crucial para atingir o volume ao FMI. Europa e Japão já prometeram 320 bilhões de dólares, enquanto que a China pode contribuir com 60 bilhões de dólares.
O FMI vem alertando que a crise da dívida da zona do euro apresenta o risco mais grave à expansão da economia global, e mercados financeiros temem que Espanha e Itália possam ser os próximos a pedir resgates, na linha do que fizeram Grécia, Irlanda e Portugal.