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Dívida interna sobe; queda da Selic não preocupa

23/04/2012 22h08 - Atualizado há 13 anos Publicado por: Redação
Dívida interna sobe; queda da Selic não preocupa

A dívida pública mobiliária federal interna (DPMFi) registrou leve de juros cada vez menor crescimento em março, apesar de o estoque dos papéis remunerados pela Selic ter caído ao menor nível desde 1997.

 

O movimento está em linha com a estratégia do Tesouro Nacional, que ainda não demonstra preocupação diante da taxa básica menor e a possibilidade de prejudicar o financiamento do governo federal.

“O Tesouro não tem preocupação alguma com isso”, afirmou o coordenador-geral da Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido.

Dados do Tesouro mostraram que a DPMFi subiu 0,89% em março frente a fevereiro, atingindo 1,776 trilhão de reais. No mês passado, o governo fez um resgate líquido no valor de 1,29 bilhão de reais e a apropriação de juros foi de 17,01 bilhões de reais.

Do total da dívida interna, o estoque dos papéis prefixados ficou em 38,81% em março, contra 37,72%em fevereiro. Ostítulos atrelados a índices de preços tiveram leve crescimento, de 32,71% em fevereiro para 33,11% no mês passado na mesma comparação.

Já os papéis remunerados pela Selic caíram de 29,04% para 27,52% no período, atingindo o menor nível desde meados de 1997, segundo Garrido. Para ele, o fato de a taxa básica de juros estar sendo reduzida ajuda a reduzir o custo médio da dívida no médio e longo prazo.

Na semana passada, a Selic foi cortada em 0,75 ponto percentual, a 9% ao ano, com o BC deixando a porta aberta para mais diminuições. Com isso, colocou sobre a mesa novamente o problema envolvendo a poupança -cuja remuneração é fixa em 0,50% ao mês, mais a variação da Taxa Referencial, e isenta de Imposto de Renda.

A Selic menor reduz a diferença entre a rentabilidade da aplicação e de outras de renda fixa, atreladas à Selic, abrindo a possibilidade de criar dificuldades de financiamento do governo porque os investidores buscariam alocar seus recursos na poupança e não em papéis da dívida pública.

Garrido, apesar de defender que não vê dificuldades em novas quedas na Selic, evitou responder se isso se tornaria um problema caso o juros básico chegassem a 8% ao ano.

“Não estamos preocupados com nova queda da Selic porque tem uma vantagem à dívida pública. Melhora o custo no médio e longo prazos”, disse Garrido.

Ele reafirmou que a perspectiva para o rendimento de papéis da dívida pública prefixados e remunerados por índices de preços são melhores que os “selicados”. De acordo com o Tesouro, a rentabilidade nos últimos 12 meses da dívida prefixada foi de 16,2%; de índice de inflação foi de 19,8%; e os atrelados a taxa Selic, de 11,7%.

“A tendência é que a rentabilidade vai seguir a ser maior do que os CDIs e a Selic”, disse o coordenador-geral da dívida pública.

Na dívida interna, o governo está empenhando em reduzir o estoque de papéis remunerados pela taxa Selic. Para tanto, por exemplo, em fevereiro, o Tesouro trocou pouco mais de 61 bilhões de reaisem Letras Financeirasdo Tesouro (LFTs) pertencentes a fundos do extramercado.

Esses papéis foram substituídos por títulos prefixados e títulos corrigidos por índices de preços em uma operação concluída pelo Tesouro no final de fevereiro. Os fundos extramercados pertencem a estatais e fundos federais, como os Correios e o Fundo de Amparo ao Trabalhador.

 

ESTRANGEIROS

O estoque da dívida pública federal, incluindo também a dívida externa, subiu 1,08% cento no mês, para 1,856 trilhão de reais.

O Tesouro informou ainda que a fatia dos papéis na mão de estrangeiros na dívida cresceu de 11,88% em fevereiro para 12,12% no mês passado, batendo novo recorde.

Na semana passada, o governo realizou uma operação de recompra casada com a emissão dos bônus globais com vencimento em 2024. No total, o Tesouro captou 3,15 bilhões de reais nos mercados norte-americano, europeu e asiático, com rendimento de 8,6% ao ano, o menor da história para títulos denominadosem real. Oresgate foi de 1,7 bilhão de reais.

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