IPCA-15 acelera alta para 0,43% em abril
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) -considerado uma prévia da inflação oficial – subiu mais do que o esperado em abril ao acelerar a alta para 0,43%, ante variação positiva de 0,25% em março, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 24.
Pesquisa realizada pela Reuters apontou que o indicador subiria 0,37% em abril, de acordo com a mediana de 21 previsões de bancos e corretoras. As estimativas variaram de0,24 a0,45%.
No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 registrou alta de 5,25%, abaixo dos 12 meses imediatamente anteriores, quando ficou em 5,61%. O acumulado no ano é de 1,87%, abaixo do resultado de igual período de 2011 de 3,14%.
De acordo com o IBGE, a aceleração da alta do IPCA-15 deveu-se aos grupos Habitação, que avançou 0,75% em abril ante alta de 0,44% em março; e Despesas Pessoais, que subiu 1,43%, ante alta de 0,60% no período anterior.
Juntos, os dois grupos responderam por 58% do índice no mês, com impacto de 0,25%, sendo 0,14% relativo às Despesas Pessoais e 0,11% à Habitação.
Em Despesas Pessoais, o destaque foi o cigarro, que avançou 5,56% em abril ante estabilidade em março, e empregado doméstico, que avançou 1,87% ante 1,38% anteriormente.
Já em Habitação a pressão veio de aluguel residencial, que acelerou a alta para 0,82%, ante 0,45% em março; condomínio, com alta de 1,01% ante 0,48%; e mão de obra para pequenos reparos, com avanço de 1,31% ante 1,03%.
Em março, o IPCA-15 havia mostrado uma forte desaceleração frente à alta de 0,53% registrada em fevereiro, puxada pelos preços do segmento de educação, que perderam força no mês passado.
O Banco Central vem repetidamente afirmando que a inflação vai convergir para o centro da meta oficial de 4,5% pelo IPCA no fim do ano. Na segunda-feira, Relatório Focus divulgado pela autoridade monetária mostrou que as estimativas do mercado apontam que o IPCA fechará 2012 em 5,08%, e 2013 em 5,50%.
Em março, o IPCA subiu menos do que o esperado, com alta de 0,21% no mês e de 5,24% no acumulado em 12 meses, ante 5,85% nos 12 meses até fevereiro.
POLÍTICA MONETÁRIA
A perspectiva de que a inflação se aproximará da meta após atingir o maior nível em sete anos no ano passado é crucial para o BC. A desaceleração da inflação justifica o processo de afrouxamento da política monetária, que culminou na semana passada com a redução da taxa Selic em 0,75%, para 9% ao ano.
Foi o sexto corte seguido desde agosto passado, e o Comitê de Política Monetário (Copom) deixou em aberto a possibilidade de continuar reduzindo a taxa básica de juros, segundo analistas. Por isso, a expectativa no mercado agora gira em torno da divulgação da ata do Copom na próxima quinta-feira, em busca de uma ideia mais clara de quais deverão ser os próximos passos da autoridade monetária em relação à taxa de juros.
Após a reunião do Copom, a curva de juros futuros dos contratos DI chegou a precificar mais uma queda de 0,50% percentual na Selic na reunião de maio do Comitê, com outras apostas indicando redução de 0,25%.
De acordo com o último relatório Focus, os analistas do mercado reafirmaram a previsão de que a Selic será mantida em 9% ao ano na próxima reunião do Copom, em maio, e que permanecerá nesse nível até o final do ano. A previsão para o final de 2013 foi mantida em 10%.
O controle da inflação é uma preocupação do governo para dar espaço para mais afrouxamento na política monetária e garantir crescimento da economia brasileira na casa de 4 por cento neste ano. Por enquanto, a atividade continua patinando, conforme mostram dados recentes, como o Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br).
Considerado uma espécie de sinalizador do comportamento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, o indicador caiu 0,23% em fevereiro ante janeiro. Foi o segundo mês seguido de contração, indicando que a economia terá um primeiro trimestre ainda ruim. No acumulado de 12 meses, o IBC-Br mostrou expansão de apenas 2,05% em fevereiro.
Por conta disso, o governo também anunciou uma série de medidas para estimular o crescimento, com foco especial na indústria nacional.