Banco do Brasil tem lucro menor no 1º tri
O Banco do Brasil viu seu lucro líquido encolher 14,7% no primeiro trimestre, afetado por maiores provisões para perdas diante da tendência de aumento da inadimplência, buscando fazer frente à série de cortes de juros praticada recentemente pela instituição.
O maior banco do país em ativos teve ganho líquido de 2,5 bilhões de reais nos três primeiros meses de 2012, conforme dados divulgados nesta quinta-feira, 3.
A previsão média de 11 analistas consultados pela Reuters apontava para lucro líquido de 2,7 bilhões de reais para a instituição no período.
Sem considerar efeitos extraordinários, o banco apurou lucro recorrente de 2,7 bilhões de reais entre janeiro e março, o que equivale a recuo de 7,5% ano a ano.
O resultado veio com um aumento de 36% nas despesas com provisões para perdas com devedores duvidosos, que atingiram 3,576 bilhões de reais no período, o maior nível desde pelo menos o quarto trimestre de 2009, em meio ao cenário de maiores calotes decorrentes de juros menores.
Nas últimas semanas, BB e Caixa Econômica Federal deram a largada para uma rodada de cortes agressivos de juros em várias linhas para empresas e pessoas físicas, seguindo os esforços do governo para reduzir o spread bancário.
Ainda assim, o BB registrou índice de inadimplência, medido pelo saldo de operações vencidas com mais de 90 dias, de 2,2% no primeiro trimestre, ligeiramente maior sobre os 2,1% de um ano antes, mas inferior ao nível visto no Sistema Financeiro Nacional, de 3,7%.
O nível de inadimplência do banco no trimestre passado também foi menor em relação a seus concorrentes, que viram os calotes saltarem no período.
Bradesco, Itaú Unibanco e Santander Brasil, que já divulgaram resultados do trimestre, também aumentaram as previsões para perdas em função de maior inadimplência que, nos três casos, variou de4,1 a5,1% no período.
Nos três meses até março, a carteira de crédito do BB cresceu 19% ano a ano, para 473,1 bilhões de reais, sendo que os financiamentos a empresas somaram 211,4 bilhões e os desembolsos a pessoa física, 133 bilhões de reais, altas de 17,8 e 14,2%, respectivamente.
Já os financiamentos imobiliários avançaram 57,8% no trimestre, alcançando 1,3 bilhão de reais.
A margem financeira líquida, que contabiliza a receita do banco com operações de crédito e negociação de valores mobiliários excluindo provisões, foi de 7,463 bilhões de reais no trimestre, expansão de 3% em 12 meses.
O retorno sobre patrimônio líquido recorrente, enquanto isso, ficou em 19,7% entre janeiro e março, dentro da estimativa do banco para o ano, de19 a22%.
Os ativos do BB somavam 1 trilhão de reais ao final de março, crescimento de 16% sobre um ano antes.