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Câmara aprova lei que homenageia Cabeça Filho

17/05/2012 08h59 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Câmara aprova lei que homenageia Cabeça Filho

A Câmara de São Carlos aprovou nesta terça-feira (14) um projeto de lei do vereador Marquinho Amaral (PSDB), protocolado na tarde de segunda-feira (14), que denomina a Casa do Trabalhador de Antônio Cabeça Filho. O projeto foi aprovado por unanimidade.

Em seu discurso, o vereador fez questão de agradecer os demais colegas. “Agradeço aos meus nobres pares por aprovarem este projeto que homenageia nosso baluarte do sindicalismo local, que foi o Cabeça Filho”. Marquinho também fez questão de lembrar que em 1992, quando ingressou na política local, o Cabeça, que havia saído da presidência por motivos de foro íntimo, o chamou no gabinete da presidência e declarou seu apoio a ele. “Apesar das divergências políticas que ele tinha com o meu saudoso pai Xavierzinho Amaral, o Cabeça me chamou e declarou seu apoio à minha candidatura”.

O tucano lembra que, ao lado de Cabeça, visitou as residências dos filiados do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São Carlos. “O Cabeça me levou na casa de todos os seus amigos e pediu apoio à minha candidatura”, relatou.

Outros vereadores fizeram questão de parabenizar Marquinho pela brilhante idéia. Antonio Carlos Catharino (PTB) relatou que teve a oportunidade de viver ao lado de Cabeça. “Tive a oportunidade de participar de vários movimentos ao lado do Cabeça. Ele me deu a oportunidade de conhecer vários países e abrir meus horizontes. Só tenho que parabenizar você Marquinho, pela maravilhosa e justa homenagem”. Lineu Navarro (PT) também elogiou o vereador. “Parabéns pela feliz escolha. O Cabeça merece esse reconhecimento por ter sempre lutado em prol das causas dos trabalhadores”.

Ainda durante seu discurso, Marquinho ressaltou que a Casa do Trabalhador de São Carlos, está localizada na Avenida São Carlos, 1800, tendo sido inaugurada em outubro de 2010, graças a um convênio da Municipalidade, através da Secretaria Municipal do Trabalho, Emprego e Renda, e o Ministério do Trabalho e Emprego. “Fui visitar o jornal Primeira Página e ao sair de lá, voltando à pé para a Câmara, notei que o local não homenageava ninguém. Chegando em meu gabinete entrei em contato com o secretário de Trabalho e Renda de São Carlos, Emerson Domingos, e perguntei o local tinha nome ou se já estavam pensando em homenagear alguma figura da cidade. Ao obter a resposta negativa, lembrei do Cabeça e resolvi apresentar este projeto de lei”, finaliza.

QUEM FOI – Antônio Cabeça Filho, formado bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais em 1975 pela Faculdade de Direito de São Carlos, fundou o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São Carlos no dia 7 de maio de 1961, onde exerceu a presidência até novembro de 1986, voltando a ser o presidente ente dezembro de 1995 a dezembro de 2000.

O sindicalista participou de 11 Congressos Nacionais da categoria metalúrgica e de 11 Conclaves Estaduais do mesmo grupo, sempre integrando as comissões de teses e as presidindo. Cabeça também participou de 9 Congressos de Trabalhadores de outras categorias sindicais, realizados em diversos estados da federação, tendo ainda ativa participação em 3 Congressos Estaduais sobre Legislação Previdenciária, promovidos pelas Federações Estaduais de Trabalhadores.

Em 62, ele fundou o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Matão. Em 63, fundou o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de São Carlos. Cabeça também organizou e liderou em março de 64, trinta dias antes do Movimento Militar, o primeiro ato grevista dos operários metalúrgicos da cidade, tendo sido preso naquela ocasião. Já em 65, fundou a Associação dos Aposentados e Pensionistas de São Carlos, sendo até foi o presidente de honra até a sua morte.

Foi preso e conduzido para o DOPS – São Paulo, em agosto de 68, onde foi torturado, permanecendo ali por sete dias e, posteriormente, foi transferido para o DOI-COD do IIº Exército por dois dias, em razão de ter liderado movimento grevista no Frigorífico São Carlos do Pinhal, de triste memória, onde na repressão policial, dezenas de trabalhadores foram espancados e feridos a golpes de baionetas. Fundou ainda os sindicatos dos Profissionais Autônomos de Veículos Rodoviários de São Carlos em 87, dos Trabalhadores do Papel, Papelão e Cortiça de São Carlos em 91, e dos Empregados da Saúde de São Carlos e Ibaté em 92.

Na política, Cabeça Filho foi o vereador mais votado em duas eleições consecutivas (69/72 e 73/76) pelo MDB (Movimento Democrático Brasileiro) que ele ajudou a fundar o diretório em 68. No pleito de 76, obteve a segunda colocação dos cinco candidatos à Prefeitura de São Carlos. Foi presidente do MDB até a extinção do Bipartidarismo. Em 82, obteve a quarta colocação dos oito candidatos ao pleito Executivo, onde concorreu pelo PMDB. Já em 88, foi o oitavo colocado dos 266 candidatos ao Poder Legislativo, onde foi o 1º secretário da Câmara no período de 89 a 91, sendo que em 1990, exerceu as funções de secretário da Comissão Especial que elaborou a Lei Orgânica do município. Por consenso dos vereadores, foi eleito presidente da Câmara de São Carlos, com mandato de dois anos, renunciando em 12 de dezembro de 91, por motivos de foro íntimo.

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