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Economia brasileira desacelera no 1º

18/05/2012 17h26 - Atualizado há 13 anos Publicado por: Redação
Economia brasileira desacelera no 1º

Ao contrário do que previa o governo, a atividade econômica brasileira entrou 2012 desacelerando. De acordo com o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), o primeiro trimestre deste ano registrou alta de 0,15% quando comparado com o quatro trimestre do ano passado.

 

Essa velocidade é menor em relação à que foi vista entre outubro e dezembro passados, quando o indicador mostrou expansão de 0,20% sobre o trimestre imediatamente anterior.

O BC mostrou ainda nesta sexta-feira, 18, que o IBC-Br recuou 0,35% em março frente a fevereiro, registrando o terceiro mês seguido de contração. Em fevereiro, quando comparado com janeiro, o índice mostrou queda de 0,38%, número revisado em relação ao divulgado anteriormente (-0,23%).

Economistas ouvidos pela Reuters previam alta de 0,50 por cento na variação mensal. O IBC-Br incorpora estimativas para a produção nos três setores básicos da economia – serviços, indústria e agropecuária.

A equipe econômica da presidente Dilma Rousseff já sabe que o desempenho da economia no primeiro trimestre deste ano será ruim, o que afetará todo o resultado para 2012. Tanto é que a previsão inicial de expansão de 4,5% do PIB foi descartada e as contas agora giram em torno de apenas 3,2%. Por isso, já estudam novas medidas de estímulos.

No ano passado, o PIB brasileiro registrou expansão de apenas 2,7%, sendo que apenas no quarto trimestre expandiu 0,3%, indicando que a atividade estava se recuperando. O agravamento da crise externa, sobretudo com os problemas na zona do euro, estão impedindo que a economia brasileira retome o fôlego, avaliam o governo e especialistas.

 

INDÚSTRIA PESA

Na avaliação de economistas, o mau resultado da economia tem sido puxado pelo setor industrial. A equipe de especialistas do Santander, por meio de nota, informou que os números “sugerem que o fraco resultado da indústria pesou mais sobre o indicador (IBC-Br) do que a expansão registrada nas vendas do varejo no período.”

Mesmo assim, ainda aposta que o PIB no trimestre passado deve ser maior do que o registrado pelo IBC-Br “por questões estatísticas”, mas que o indicador acabou impondo um viés de baixa para a projeção no período, de 1 por cento de expansão no período.

Em março, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a produção industrial havia recuado 0,5 por cento frente a fevereiro, fechando o primeiro trimestre do ano também com perdas de 0,5% sobre o quarto trimestre de 2011.

Por isso, o governo anunciou medidas para acelerar a atividade e estimular o consumo. As mais recentes aconteceram no início de abril, num pacote de pouco mais de 60 bilhões de reais entre desonerações e nova injeção de capital no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O mercado projeta que o PIB crescerá 3,20% neste ano, segundo pesquisa Focus do BC divulgada na segunda-feira. Também como parte dos estímulos do governo, os agentes econômicos esperam que o BC continue reduzindo a Selic – hoje a 9% ao ano – para 8% neste ano.

O setor varejista, com o mercado de trabalho ainda aquecido, continua mostrando alguma força. Em março, também pelo IBGE, houve expansão de 0,2% na comparação mensal, mas em relação a um ano antes, o crescimento ficou em 12,5%.

Para o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, os sinais fracos da economia, corroborados pelo IBC-Br, mantêm espaço para o BC continuar reduzindo a Selic. “Tudo isso em conjunto conspira para uma ação do Banco Central mais enérgica em 2012”, afirmou ele por meio de nota, acrescentando quer vê a taxa básica de juros do país em 6% ao ano.

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