PIB brasileiro não acelera e cresce apenas 0,2%
A economia brasileira começou o ano sem acelerar, como queria o governo, com resultado abaixo do esperado pela equipe econômica e pelo mercado. No primeiro trimestre deste ano, o PIB do país cresceu apenas 0,2% quando comparado com o quarto trimestre de 2011.
Segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 1º, em relação ao mesmo período do ano passado, o Produto Interno Bruto registrou expansão de 0,8% no último trimestre.
O IBGE revisou para baixo a expansão do PIB no quarto trimestre de 2011 sobre o terceiro, de 0,3 para 0,2%, mas apesar disso manteve a expansão de todo o ano passado em 2,7%.
Os setores que contribuíram para o resultado positivo no trimestre passado foram indústria, com expansão de 1,7% sobre outubro -dezembro de 2011, e serviços, com alta de 0,6%. O setor agropecuário, no entanto, teve um tombo de 7,3%.
O bom desempenho da indústria veio porque, para o resultado do PIB, o IBGE considera o valor adicionado pelo setor no período. Já para o indicador de produção industrial, que vem apresentando quedas, o instituto faz seus cálculos com base no volume produzido.
O IBGE informou ainda nesta sexta-feira que a formação bruta de capital fixo (FBCF) -uma medida de investimento – recuou 1,8% no trimestre passado, ante o quarto trimestre de2011. Ataxa de investimento em relação ao PIB ficou em 18,7%, enquanto um ano antes ela estava em 19,5%.
O consumo do governo, por outro lado, cresceu 1,5%, enquanto o das famílias, 1,0%.
Na comparação com o primeiro trimestre de 2011, o consumo das famílias aumentou 2,5% e o do governo 3,4%. Já a FBCF caiu 2,1% nessa comparação.
O desempenho dos setores nesta comparação, mostrou crescimento de 1,6 por cento nos serviços e de apenas 0,1% da indústria, enquanto a agropecuária despencou 8,5%.
DIFICULDADES
A economia titubeante tem sido o calcanhar de Aquiles do governo Dilma Rousseff neste início de ano sobretudo devido ao desempenho da indústria. Afetada pela crise internacional mais aguda e pela desaceleração do crédito no mercado interno, a atividade ainda mostrou sinais de cansaço nesses primeiros meses.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, havia afirmado à Reuters que o PIB brasileiro teria crescido entre 0,3 e 0,5% no trimestre passado, quando comparado com outubro e dezembro passados, e que a atividade já estava acelerando. Nenhuma das duas previsões se confirmou.
Segundo pesquisa da Reuters, a mediana de previsões de 29 analistas mostrava que o PIB brasileiro teria crescido 0,5% no primeiro trimestre de 2012 ante o período anterior. Sobre janeiro a março de 2011, as contas apontavam expansão de 1,3%, pela mediana de 25 previsões.
Na véspera, o IBGE informou que a produção industrial do país caiu 0,2% em abril frente a março, a segunda queda seguida e a terceira variação negativa mensal no ano. Na comparação com abril de2011, aprodução diminuiu 2,9%, oitava contração seguida.
Por conta disso, o governo tem adotado diversas medidas de estímulos, como a redução da Selic ao menor nível histórico – de 8,50% ao ano -, desonerações fiscais e liberação de mais crédito.
A última ação foi definida na quinta-feira, quando o governo elevou a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), entre outros, de motos importadas ou que não sejam produzidas na Zona Franca de Manaus para proteger os fabricantes no país.
