Mantega: IPCA menor ajuda flexibilizar política monetária
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quarta-feira, 6, que o resultado do IPCA de maio dá mais espaço para o governo flexibilizar a política monetária.
“(O IPCA) nos dá grau de liberdade para termos política monetária mais flexível”, afirmou Mantega ao chegar no Ministério da Fazenda.
Pela manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,36% em maio, após alta de 0,64%em abril. Onúmero veio abaixo do esperado. Nos 12 meses encerrados em maio, o IPCA ficou em 4,99%.
O Comitê de Política Monetária (Copom) na semana passada reduziu a Selic para 8,50% cento ao ano, recorde de baixa, e deixou as portas abertas para mais cortes.
Na avaliação do ministro, no último mês houve sinais de retomada do crédito e de diminuição dos encargos financeiros. “Houve redução de taxas de juros e aumento do crédito, isso ocorreu em maio e continuará em junho e isso esta estimulando o consumo e o investimento”, disse.
Ao comentar o resultado da inflação em maio, o ministro disse ainda que espera que o crescimento da economia seja maior no segundo trimestre em comparação ao primeiro trimestre, que registrou crescimento de apenas 0,2%.
“Deveremos ter o segundo trimestre com crescimento bem maior do que o primeiro trimestre”, afirmou o ministro.
Ele disse que o investimento do governo é um dos fatores que estão impulsionando o crescimento nesse trimestre. Mantega disse que o investimento público aumento 30% neste ano em comparação ao ano passado, em um desempenho que inclui as obras de habitação.
Também disse que as estatais federais estão ampliando os gastos com investimento e informou que na próxima semana a Petrobras irá lançar um plano de negócios, com dados sobre planos de expansão.
Ele disse que o agravamento da crise externa inibiu o empresário brasileiro a investir, mas que esse sentimento está sendo revertido. “Há uma crise forte lá fora que não se resolve e deixa temeroso o setor privado. Estamos mostrando que a economia pode crescer mesmo com a crise e o setor privado começa a se animar”, comentou.
Como estímulo ao setor privado, ele citou as recentes reduções nos juros das linhas de créditos ofertadas pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).