Indústria de fundos teve saída de R$ 4,2 bi em maio
A aplicação das novas regras de remuneração da caderneta de poupança não impediu que a indústria brasileira de fundos de investimento tivesse saída líquida de recursos em maio.
A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) informou nesta sexta-feira, 8, que a saída de recursos no setor superou os depósitos em 4,2 bilhões de reais. Segundo a entidade, o movimento foi fortemente influenciado pelo recolhimento semestral do Imposto de Renda, o chamado come-cotas, que somou cerca de 4 bilhões de reais.
Por categorias, a de pior desempenho foi a dos referenciados DI, com saída líquida de 6,7 bilhões de reais, seguida pelas carteiras Multimercados, em que os resgates superaram as entradas em 5,3 bilhões de reais. Na outra ponta, os fundos de Previdência tiveram captação líquida de 3,9 bilhões de reais.
Na quarta-feira, o Banco Central havia informado que a poupança teve no mês passado captação líquida de 6,26 bilhões de reais, recorde para maio na série histórica iniciada em 1995.
Isso depois de o governo ter alterado as regras de remuneração da caderneta, que passou a ser de 70% da Selic mais a Taxa Referencial, quando a taxa básica de juro for igual ou inferior a 8,50% ao ano.
Esse piso inédito foi alcançado na semana passada, quando o BC cortou a Selic em 0,5 ponto percentual para 8,5%.
RENTABILIDADE
Segundo a Anbima, a categoria de fundos que teve maior rentabilidade no espaço de 12 meses até maio foi a Renda Fixa Índices, com 21,1%. Já o segmento Ações Ibovespa Ativo teve a pior performance, com baixa de 10,9%.
No acumulado de 2012, o Renda Fixa Índices também foi o melhor, com alta de 10,53%, enquanto o Ações IBrX Ativo ficou na outra ponta, com rentabilidade negativa de 0,3%. A mesma categoria de renda fixa foi também líder em maio, com alta de 1,76%. O Ações Ibovespa Ativo foi o mais fraco em maio, com queda de 9,16%.
No acumulado do ano, os fundos sustentam captação líquida de 67,8 bilhões de reais. No final de maio, o patrimônio líquido da indústria brasileira de fundos era de 2,037 trilhões de reais, com queda de 0,1% ante abril.