Comida passa a dominar alta da inflação
O vilão da inflação em maio, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram os alimentos e bebidas que pularam de 0,05% em abril para 0,28% em maio. Uma sondagem do jornal Primeira Página entre comerciantes ligados a área de alimentação mostra que os números do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) são correlatos na cidade.
De acordo com o dono do restaurante R&R, Raimundo Nonato, o preço dos produtos in natura que compra para abastecer o restaurante estão com alta de até 30%. “As verduras e hortaliças tem tido alta de até R$ 5,00 por caixa”, afirmou ao mostrar que a compra de uma caixa de cenoura que custava R$ 18,00 atualmente só é encontrada por R$ 26,00.
Segundo ele a caixa de abobrinha R$ de 27,00 está perto de R$ 32,00. “Desde de fevereiro os produtos básicos da comida brasileira estão sofrendo alta de preço. A justificativa é sempre o clima para o produtor. Quando chove a produção fica comprometida pela falta de sol que prejudica o crescimento. Quando faz sol e a falta de água que interfere na safra”, reclama Nonato.
De acordo com o dono do supermercado Dia % do centro de São Carlos, José Renato Russit, os produtos como arroz e feijão, por exemplo, sofrem alta por conta de entressafra, mas quando a produção agrícola volta ao normal os preços não retornam ao patamar anterior.
“Vejo que o consumidor tem de driblar essa alta com a troca de produtos migrando para marcar menos conhecidas para conseguir completar o estoque de alimentos”, afirmou.
O vendedor Arnaldo Júnior, afirmou que tem como regra trazer de casa a comida, porque comer na rua tem ficado impraticável. Ele afirmou que quando é obrigado a optar por um restaurante no centro da cidade o prato não fica por menos que R$ 12,00.
Defendendo o próprio negócio o dono do restaurante Nonato afirmou que mesmo com os preços mais altos comer fora ainda é mais em conta que o dia-a-dia em casa, principalmente para as famílias pequenas. Mas revela que vai tentar manter o preço da refeição básico sem carne em R$ 5,49 este mês, mas a estimativa é que o valor chegue em R$ 5,99 para compensar a alta dos produtos.
Como possível alternativa o dono da casa de lanches Barracão, no centro da cidade, José Carlos Rodrigues afirmou que alternadamente as pessoas buscam o sanduíche como forma de almoço. “O preço de um lanche é na maioria das vezes R$ 3,00 menos que uma refeição. Colabora com o habito a falta de tempo no dia-a-dia das pessoas”, estimou.
O índice de preços de maio mostrado pelo IBGE traz incoerências no dados com queda no número geral de 0,64% de abril para 0,36% em maio. Entretanto, só os alimentos correspondem dois quarto da inflação com índice de 22% no mês.