Na garagem, quase 40 ônibus quebrados e fogos para Brogliato
O Primeira Página esteve no final da tarde de ontem, na garagem da Suzantur. Em levantamento preliminar da equipe de manutenção, quarenta veículos estão parados na garagem. A Suzantur deve abrir as portas da transportadora amanhã à imprensa.
Ontem à tarde, o diretor da empresa, Claudinei Brogliato, esteve na garagem e um fato curioso chamou a atenção. Funcionários soltaram fogos de artifício com a chegada do empresário. “Glória a Deus! O ‘sêo’ Claudinei voltou!”, ufanou um funcionário da empresa.
Ônibus sem rodas, peças espalhadas pela oficina, veículos com os motores ‘batendo biela’, caixas de câmbio sem manutenção… o cenário encontrado na empresa. “Aqui, a ordem era a seguinte: aproveitar peças de entre os ônibus. Esses veículos que estão rodando pela cidade estão todos ‘garibados’”, resumiu um mecânico, preferiu não se identificar.
Ele foi questionado se a Suzantur deixava tal quantidade de veículos em manutenção. “Jamais”, afirmou. “Quando a Prefeitura entrou, os carros foram destruídos e a gente, por falta de estrutura, era obrigado a fazer essas gambiarras para colocar os ônibus em circulação. Coitado do povo”, disse o funcionário, que permaneceu na empresa durante a intervenção.
Quantidade
Brogliato espera colocar em circulação 100 ônibus. “Optamos por retornar para trabalhar em prol de São Carlos. Sabemos do sofrimento dos usuários. “Vamos tentar colocar a casa em ordem o mais rápido possível”, disse.
A Suzantur tem, hoje, 380 funcionários, mas acredita que o número ideal é 450. O processo de contratação de funcionários começa hoje, 8. Ao menos, serão necessários 70 trabalhadores no momento para completar o quadro. “Viemos para cá em agosto de 2016 para passar seis meses, mas isso virou um ano e meio e não recebi as gratuidades e não poderia fazer troca de veículos, agora com o acordo que faço estou oferecendo os veículos e vou receber por isso, mas fiquei um ano e um mês sem receber, como poderia investir?”, questionou.
Brogliato enxerga a seguinte situação. A licitação do transporte público precisa de solução em seis meses. “Minha disposição são os seis meses, mas a Prefeitura precisa fazer a licitação, estou aqui para ajudar o município, queríamos ir embora, mas piorou ainda mais essa situação, acho que a iniciativa privada e o poder público dando as mãos fará com que a coisa ande”.
