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Indústria são-carlense perde 1.500 empregos no ano

16/06/2012 14h00 - Atualizado há 13 anos Publicado por: Redação
Indústria são-carlense perde 1.500 empregos no ano

Na avaliação do diretor regional do Ciesp São Carlos, Ubiraci Moreno Pires Corrêa, esses números compõem uma informação que merece ser interpretada. No acumulado do ano, que representa os cinco primeiros meses, até maio, a indústria na região, composta por 13 municípios, perdeu 1.150 empregos. “Se somados os 12 meses do ano a taxa de demissões no setor industrial chega a 3,6% que representa perto de 1.500 postos de trabalho”, afirmou.

 

Para Corrêa, esta é uma realidade brasileira e que tem ressonânciaem São Carlos.“O governo federal demorou para acordar para a realidade da indústria brasileira, apesar de estar tomando medidas que são interessantes como desoneração tributária da folha de pagamento ou  ações que evitam a guerra tributária, contudo muitas ainda não entraram em vigor”, declarou.

Incorporando o cavaleiro do apocalipse, como ele próprio afirmou já ter sido chamado pelas opiniões e posição que contrariam a conjuntura, Corrêa traz à tona a redução do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) para a linha branca de eletrodoméstico, entretanto, aumentou o imposto de bebidas e refrigerantes, elevando em até 2,85% os preços.

“O governo não quer perder receita e nem mesmo ter ações nas quais se corra esse risco de perder receita. Mas para onde vai toda essa arrecadação quando não se veem novas estradas, ferrovias portos e aeroportos? O sistema de saúde à beira do caos. Agora me lembrei, esse dinheiro está sendo investigado nas CPIs (Comissão de Inquérito Parlamentar) dos Cachoeiras que vão terminar em pizza com  sobremesa de marmelada”, afirmou.

Para o empresário e diretor regional do Ciesp não existe nada mais danoso que a carga tributária brasileira que destina 40% do que é produzido pelo empresariado para o governo. “Muitos desses impostos estão embutidos nos preços dos meus produtos. Exemplo disso são os IPVAs (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) da minha frota de carros ou os IPTUs (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana) do prédio em que a indústria está instalada. Estão no valor final daquilo que, como empresário, produzo”, afirmou.

Ele ressalta que para se vender no mercado nacional, a produção brasileira enfrenta uma concorrência desleal, já que com o que chega importado só se tributa o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) e o IPI, tornando os preços dos importados mais atraentes. “Entretanto, para exportar com todo esse peso tributário embutido, nós perdemos competitividade. A carga tributária brasileira é burra, danosa e prejudica a indústria”, disparou.

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