Dólar sobe 0,42% ainda sob influência do BC
O dólar fechou em alta ante o real pela segunda sessão consecutiva nesta quarta-feira, 4, ainda refletindo a clara indicação dada pelo próprio Banco Central de que não vai deixar a moeda norte-americana ficar abaixo de 2 reais.
Nesta sessão, o dólar subiu 0,42%, cotado a 2,0274 reais na venda. Durante o dia, a moeda oscilou entre 2,0100 na mínima e 2,0368 reais na máxima.
Na véspera, o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, afirmou que sua percepção era de que o dólar abaixo de 2 reais “pode não ser bom para a indústria”, acrescentando que a autoridade monetária estava atuando na ponta vendedora, mas que poderia atuar na ponta oposta.
“A moeda (norte-americana) tem sempre espaço para subir… É provável que se mantenha acima de 2 reais”, afirmou o operador do Banco Daycoval Luiz Fernando Gênova, citando as declarações de Mendes.
Diante dessas sinalizações, a divisa norte-americana já se valorizou 2,01% ante o real nas últimas duas sessões, depois de fechar abaixo de 2 reais na segunda-feira, a 1,9874 real na venda.
A última vez que o BC atuou na ponta compradora, adquirindo dólar no mercado à vista, foi em 27 de abril, quando a moeda era cotada pouco abaixo do patamar de 1,90 real.
Na última semana, no entanto, o BC ainda interveio de forma contundente na ponta vendedora de dólares, realizando três leilões de swap cambial tradicional -que equivalem a uma venda de dólares no mercado futuro-, movimentando o equivalente a cerca de 9 bilhões de dólares.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, também afirmou, nesta quarta-feira, ao ser questionado sobre o câmbio, que o governo tem feito uma política cambial mais ativa, “que resulta num real mais competitivo”.
Outro operador de uma corretora, que prefere não ser identificado, também chamou a atenção para o baixo volume de negócios nesta quarta-feira, pelo feriado do Dia da Independência nos Estados Unidos.
Investidores ainda seguiram em compasso de espera pela quinta-feira, quando ocorre a decisão sobre a taxa de juros do Banco Central Europeu (BCE) e há possibilidade de o BC da Inglaterra lançar uma terceira rodada de compra de ativos.
A expectativa é de que BCE cortará os juros em 25 pontos-bases, deixando-o em 0,75% ao ano.
