Estrela do vôlei de praia dos EUA tenta 3º ouro
Impensável após os Jogos de Pequim quatro anos atrás, a perspectiva de conquistar uma inédita terceira medalha de ouro olímpica nos Jogos de Londres se tornou a força motora da jogadora de vôlei de praia Misty May-Treanor.
A norte-americana tem mais de 100 títulos em competições dentro e fora dos Estados Unidos e se tornou a atleta mais bem sucedida da modalidade em todos os tempos. Mas isso ainda não é o suficiente.
Quando May-Treanor enfim se aposentar das competições após a Olimpíada de Londres, quer deixar o esporte no auge da glória, tendo estabelecido recordes com sua parceira de longa data, Kerri Walsh, que nunca serão igualados.
“Seria uma ótima maneira de me despedir”, disse May-Treanor, de 34 anos, à Reuters quando indagada sobre o significado de conquistar um terceiro ouro olímpico em parceria com Walsh em Londres.
“Criamos padrões para outros seguirem e estabelecemos recordes que podem ser quebrados. São grandes coisas, mas queremos ser uma equipe lendária, inalcançável”, acrescentou.
“O simples fato de conseguirmos ainda estar no topo já é ótimo, mas queremos uma trinca de vitórias, algo que talvez nenhuma outra equipe possa conseguir no vôlei”.
A dupla se formou após a temporada de 2000 e conquistou o ouro olímpico em Atenas-2004 e novamente em Pequim-2008, antes de se separar para seguir outros interesses.
Walsh e seu marido decidiram começar uma família, enquanto May-Treanor participou do popular programa de TV “Dancing With The Stars” e embarcou em um mestrado em treinamento e administração atlética.
Embora a participação no reality show tenha sido curta, depois que May-Treanor rompeu o tendão de Aquiles durante os ensaios de sua terceira semana da edição de 2008, ela não se arrepende de ter atuado no programa.
“Você nunca sabe quando as oportunidades virão, e aquela lesão poderia ter acontecido enquanto corria na esteira ou fazendo outra coisa”, disse.
“Pode ter sido um sinal de que meu corpo estava pedindo um intervalo, e me permitiu me concentrar em outras coisas. Abri algumas clínicas e consegui voltar a estudar para fazer meu mestrado.”
May-Treanor chegou a pensar que a Olimpíada de Pequim seria sua despedida, mas, após uma demorada reflexão, decidiu voltar às competições em 2010. Naquele ano jogou em parceria com Nicole Branagh antes de se reunir à sua amiga de longa data Walsh em março de 2011.
Apesar do tempo longe do esporte, May-Treanor e Walsh provaram ainda ser fortes quando foram as vices no campeonato mundial em Roma naquele ano, perdendo na final para as brasileiras Juliana e Larissa.
“Para uma equipe que ficou fora por dois anos, perder a final por 16-14 (no terceiro set), acho que foi uma conquista e tanto”, afirmou May-Treanor.
Indagada sobre o que ainda a motiva a competir, May-Treanor respondeu sem hesitação: “Ser a melhor. Você sempre pode melhorar, e o mundo está melhorando, então temos que melhorar”.
“Seria um testamento ao que Kerri e eu passamos, minha lesão, os filhos dela e ainda assim estarmos no topo graças ao trabalho duro e à perseverança de ambas”.