Brasil muda diplomatas mas mantém relações com Síria
O Brasil transferiu diplomatas de Damasco para Beirute devido à “deterioração da segurança” na Síria mas manteve o funcionamento de sua embaixada no país, informou o Itamaraty nesta sexta-feira, 20.
A situação na Síria piorou nos últimos dias quando confrontos entre forças leais ao presidente, Bashar al-Assad, e rebeldes se intensificaram na capital, Damasco.
Os quatro diplomatas brasileiros, além de outros funcionários, foram levados na manhã de sexta-feira para a capital do Líbano de onde farão o atendimento administrativo. Um funcionário de nacionalidade síria foi mantido na representação brasileira em Damasco.
“A embaixada está funcionando, mas em ritmo diferente”, disse o porta-voz da chancelaria, Tovar Nunes. “Nós não rompemos relações com o Estado Sírio”, completou.
O governo vinha estudando a possibilidade de retirar os diplomatas desde o início da semana, decisão que foi tomada por conta da escalada da violência na Síria nas últimas 48 horas, disse Tovar.
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, fez consultas à Liga Árabe antes de autorizar a transferência, acrescentou o porta-voz.
Segundo Tovar, o Itamaraty decidiu divulgar a saída dos diplomatas apenas depois de eles terem chegado a Beirute por motivos de segurança.
BRASILEIROS
Nas últimas 48 horas, cerca de 30 mil sírios cruzaram a fronteira com o Líbano, segundo uma agência da Organização das Nações Unidas, e outros milhares de refugiados estão nas fronteiras com a Jordânia, Turquia e Iraque.
O assessor da Presidência da República para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, disse que o Brasil está acompanhando a situação dos brasileiros na Síria e pode futuramente retirá-los do país.
“Fizemos uma operação há alguns anos de retirada de 4 mil brasleiros e sul-americanos do Líbano e se for necessário nós faremos isso”, afirmou a jornalistas.
Contudo, segundo ele, “por enquanto, (a retirada) não está colocado na ordem do dia”.
O conflito na Síria, que já dura 16 meses, deixou mais de 17 mil mortos, segundo ativistas.