Dólar sobe 0,74% por cautela antes de reuniões do Fed e do BCE
O dólar encerrou em alta nesta segunda-feira, com investidores cautelosos à espera de medidas de estímulo por parte de bancos centrais no exterior e também diante da possibilidade de que o Banco Central brasileiro não faça a rolagem de contratos de swap cambial tradicional que vencem em 1º de agosto.
O dólar fechou em alta de 0,74 por cento, a 2,0383 reais na venda. Durante o dia, a moeda oscilou entre 2,0249 reais e 2,0415 reais.
Operadores acreditam que o BC não rolará os 4,57 bilhões de dólares em swaps que vencem na quarta-feira, uma operação que equivaleria à venda de dólares no mercado futuro, pois possíveis medidas de estímulo monetário no exterior já contribuiriam para a queda da moeda norte-americana.
Um possível leilão de swap, somado a medidas adicionais de estímulo, poderia levar o dólar abaixo de 2 reais, patamar que o BC mostrou não desejar.
“O BC já percebeu que o dólar pode ter tendência de queda e deve achar mais viável não fazer a rolagem, ele não quer o dólar muito baixo”, disse o operador da Intercam Corretora de Câmbio Glauber Romano.
Caso o Banco Central Europeu (BCE) e o Federal Reserve, banco central norte-americano, tomem medidas que tragam maior liquidez aos mercados, isso pode se refletir em um maior fluxo de capital para países emergentes como Brasil, pressionando o dólar para baixo.
A expectativa é que o presidente do BCE, Mario Draghi, cumpra sua promessa de fazer o que for preciso para proteger o euro quando os membros da autoridade monetária se encontrarem na quinta-feira. Entre as ações que podem ser tomadas pelo BCE, estão a retomada do programa de compra de títulos para ajudar a diminuir os altos custos de empréstimo da Espanha e Itália.
Já o Fed poderá anunciar uma nova rodada de compra de ativos, operação chamada de “quantitative easing”, ao fim de sua reunião de política monetária na quarta-feira.