Setor público tem superávit primário de R$ 2,794 bi
O setor público brasileiro registrou superávit primário de 2,794 bilhões de reais em junho, informou o Banco Central nesta terça-feira, 31. O resultado ficou abaixo do esperado pelo mercado, de 6 bilhões de reais segundo pesquisa Reuters.
Em 12 meses até junho, a economia feita para pagamento de juros foi equivalente a 2,71 por cento do Produto Interno Bruto (PIB). Desde fevereiro deste ano, quando atingiu o pico de 3,31 por cento do PIB, esse percentual vem se reduzindo.
Contribuiu para a redução do resultado o desempenho das contas públicas de Estados e municípios. No mês passado, os dois registraram déficit primário de 333 milhões de reais juntos. Já as empresas estatais tiveram saldo primário positivo de 1,108 bilhão de reais.
O primário do setor público no mês passado registrou queda de 79,1 por cento sobre o mesmo mês do ano passado, quando o resultado ficou em 13,370 bilhões de reais.
No acumulado do ano, o primário ficou em 65,659 bilhões de reais. A meta de superávit primário do setor público para este ano é de 139,8 bilhões de reais, o que equivale a cerca de 3,1 por cento do PIB.
O BC informou ainda que o déficit nominal ficou em 13,325 bilhões de reais no mês passado e em 45,368 bilhões de reais entre janeiro e junho.
O dado nominal deve-se a uma apropriação com juros no valor de 16,119 bilhões de reais no mês passado, contra 18,717 bilhões de reais em maio. No semestre, essa despesa ficou em 111,027 bilhões de reais, contra 119,748 bilhões de reais no mesmo período do ano passado.
A dívida pública representou 35,1 por cento do PIB, alta de 0,1 ponto percentual sobre o dado de maio. O BC ainda previu nesta terça-feira que a dívida líquida brasileira ficará em 34,7 por cento do PIB em julho.
O fraco desempenho econômico tem dificultado o cenário para o setor público no esforço fiscal. Em junho, por exemplo, a arrecadação federal somou 81,107 bilhões de reais, 6,55 por cento inferior a um ano antes. Foi a primeira retração em comparação com igual mês do ano anterior desde dezembro de 2011.
Parte desse resultado da arrecadação deve-se à política de desoneração fiscal do governo federal para tentar estimular a economia. Exemplo é a redução da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o setor automotivo. (por Tiago Pariz, com reportagem adicional de Jeferson Ribeiro e Maria Carolina Marcello)
