Reajuste do diesel e pedágio provoca alta nos preços
O novo aumento no preço do óleo diesel, reajustado em 6%, provocou um efeito-cascata nos preços dos produtos que dependem diretamente do transporte rodoviário. O frete aumentou em aproximadamente 12%, contabilizando o novo preço do diesel e os 6% dos pedágios nas estradas paulistas.
Para o dono do varejão Recanto das Frutas, Jackson de Andrade, todo aumento no frete, combustível e pedágio incide diretamente no preço de seus produtos. “Somam-se ainda a esse panorama as variações climáticas que deixaram alguns produtos com preços ainda mais altos como o tomate e a vagem”, afirmou.
O engenheiro aposentado Roberto Freitas questionou se alguns desses produtos seriam derivados do boi. Em tom de piada, o engenheiro reclamou que para manter uma dieta alimentar saudável tem se tornado inviável por conta dos preços altos.
O caminhoneiro fretista que trabalha no Centro da cidade, Ademir Tochio, afirmou que não conseguiu repassar os aumentos para o preço do frete. “Se sem aumento já está impossível conseguir trabalho, alterando o preço é que não vamos longe”, reclamou.
O companheiro de profissão Marco Donizete Sebin foi mais adiante ao dizer que a conta todo mês acaba fuçando no vermelho, se referindo às contas que não fecham no final do mês.
O aumento proposto pela Petrobras foi estimado em um repasse para aproximadamente de 4% sobre o preço final do combustível vendido ao consumidor nas bombas de todo o país, o que inclui ainda o custo do biodiesel e margens de distribuição e revenda. Entretanto, os profissionais do transporte indicam que o reajuste foi mesmo em 6%.
“Esse reajuste foi definido levando em consideração a política de preços da companhia, que busca alinhar o preço dos derivados aos valores praticados no mercado internacional em uma perspectiva de médio e longo prazo”, diz a nota da Petrobras.
Este é o segundo aumento anunciado pela Petrobras para o óleo diesel em menos de um mês. No último dia 25 de junho, o preço do produto já havia subido nas refinarias 3,9%, enquanto a gasolina havia sido majorada em 7,8%.
Naquela ocasião, no entanto, o aumento não chegou ao bolso do consumidor final uma vez que o governo, para manter a inflação sobre controle, zerou a alíquota da Cide (Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico).