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Pagot diz à CPI que pediu recursos para campanha de Dilma

28/08/2012 17h24 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Pagot diz à CPI que pediu recursos para campanha de Dilma

O ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot disse nesta terça-feira, 29, em depoimento à CPI do Cachoeira, que fez pedidos à empresas que tinham contrato com a autarquia para que doassem recursos para a campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010.

 

Segundo ele, algumas empresas chegaram a lhe enviar comprovantes dos depósitos feitos oficialmente para o comitê de campanha do PT.

“Fui procurado pelo tesoureiro da campanha da presidente Dilma (deputado federal pelo PT-SP, José de Fillipi) e ele me pediu ajuda”, relatou Pagot.

“Eu não arrecadei para campanha eleitoral”, disse o ex-diretor do Dnit. “Mostrei para ele (Fillipi) um rol das empresas que trabalhavam no Dnit. Eram 369 empresas”, explicou Pagot ao ser questionado pelo relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG).

“Eu naturalmente, encontrando alguns empresários ou procuradores (das empresas), acreditando que não estava cometendo nenhuma ilegalidade… pedi sim que, se pudessem, fizessem essa doação”, relatou Pagot.

Para o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), membro da CPI mista, a atitude do ex-diretor do Dnit é grave e pode lhe causar problemas.

“O servidor público não pode pedir qualquer tipo de vantagem, de qualquer tipo, para si ou para outrem”, argumentou Teixeira.

Já o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), que integrou a coordenação da campanha do PT em 2010, disse que “nunca ouvi falar que o Pagot pediria dinheiro para a campanha”.

“Eu não sei se o que ele falou é verdade, mas também não acho comprometedor o que ele disse”, afirmou o petista à Reuters.

O ex-diretor do Dnit também foi questionado sobre uma entrevista que concedeu recentemente indicando que o ex-diretor da Dersa, empresa paulista responsável por obras de transportes, Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, tentava aditar o contrato da obra do rodoanel em São Paulo para que parte do dinheiro fosse desviado e alimentasse o caixa de campanha do então candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra.

Pagot disse que fez esses comentários com o repórter, relatando uma conversa que teve com um amigo, mas que fez uma ponderação deixada de lado na matéria.

“Isto é uma conversa de bêbado, de botequim. Isso é conversa que não se pode provar. Essa foi a observação que fiz ao repórter. Posteriormente, o repórter usou o que quis (da entrevista)”, argumentou Pagot.

 

 

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