Revisor do mensalão absolve dois ex-dirigentes do Banco Rural
O revisor da ação penal do chamado mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) divergiu do relator e absolveu nesta quarta-feira, 5, os ex-dirigentes do Banco Rural Ayanna Tenório e Vinícius Samarane, por considerar não haver provas de que eles sabiam de irregularidades em empréstimos feitos ao PT e a agências de Marcos Valério.
O revisor Ricardo Lewandowski votou na segunda-feira pela condenação por gestão fraudulenta de instituição financeira dos outros dois ex-dirigentes, Kátia Rabello e José Roberto Salgado, considerados superiores hierárquicos. Os quatro são acusados pelo Ministério Público Federal (MPF) de serem responsáveis por empréstimos fraudulentos de 33 milhões de reais.
O relator, Joaquim Barbosa, votou pela condenação dos quatro réus. Os demais oito ministros da Corte começam a votar nesta quarta.
Segundo Lewandowski, não há provas suficientes que indiquem que Ayanna teve conhecimento da ilicitude dos empréstimos, considerados pelo relator e revisor como fictícios.
“Não estou autorizado a concluir que Ayanna Tenório tenha contribuído para o crime”, disse ele.
Sobre Samarane, Lewandowski afirmou que ele “era mero empregado” e não tinha como agir para “evitar o resultado”, ou seja, para evitar que os empréstimos fossem concedidos ou renovados.
“Era mero empregado do Banco Rural, ainda que com título pomposo de superintendente”, disse o revisor.
“O poder final de decisão pairava nas mãos dos corréus Katia Rabello e José Roberto Salgado”, disse.
Segundo a denúncia, os empréstimos alimentaram o suposto esquema de compra de apoio político ao governo.