Chacinas no RJ deixam 10 mortos, a maioria adolescentes
Pelo menos 10 pessoas, na maioria adolescentes, morreram em duas chacinas separadas no fim de semana na Baixada Fluminense, uma das regiões mais violentas do Estado do Rio de Janeiro, informou a polícia nesta segunda-feira, 21.
Seis jovens entre 15 e 19 anos, que estavam desaparecidos desde sábado, foram encontrados mortos no município de Mesquita enrolados em lençóis, nus e com marcas de tortura, facadas e tiros, de acordo com a polícia.
Segundo familiares dos adolescentes, que moravam em Nilópolis, também na Baixada Fluminense, o grupo tinha ido participar de um festival de pipas em Mesquita e depois decidiu ir a uma cachoeira perto da comunidade da Chatuba, que é dominada por uma facção criminosa do tráfico de drogas.
Os familiares disseram, e a polícia confirmou, que os jovens não tinham antecedentes criminais. Amigos dos jovens fecharam ruas de Nilópolis para promover um protesto.
“Recebemos a informação de que a família entrou em contato com os traficantes pelo celular de uma das vítimas, mas eles disseram que não devolveriam os garotos”, disse a jornalistas a delegada Sandra Ornelas, responsável pelo caso.
“Eles estavam no lugar errado na hora errada… parece ter sido uma execução para demonstração de poder da quadrilha e demarcação de território. Foi algo bárbaro e injustificável”, acrescentou.
Outra chacina durante o fim de semana na mesma região deixou mais quatro mortos, sendo dois menores de 18 anos, de acordo com a polícia.
Os corpos foram encontrados numa casa abandonada no município de Japeri, com marcas de tiros na cabeça, o que levou a polícia a acreditar na hipótese de execução.
Vizinhos da casa disseram que ouviram barulho de disparos no domingo e chamaram a polícia. Um dos menores mortos tinha ligação com o crime, de acordo com parentes em conversa com a polícia.
Desde a implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) em favelas da capital, principalmente na turística zona sul, traficantes têm migrado para comunidades da região metropolitana e Baixada Fluminense em busca de novas áreas de atuação.
Moradores dessas regiões têm cobrado das autoridades que levem as UPPs, em que a presença policial se torna constante nas favelas que antes eram dominadas por traficantes de drogas, também para essas áreas.