Ativistas removem estátua do rei Leopoldo 2º
Uma estátua do rei Leopoldo 2º da Bélgica foi removida de
seu pedestal por ativistas em Bruxelas durante a noite da última quinta-feira
(11), informou a emissora belga RTBF.
Um jornalista da Reuters encontrou apenas um pedestal vazio no bairro de
Auderghem na última sexta-feira (12) e nenhum sinal da estátua do rei, que
governou o Estado Livre do Congo por grande parte de seu reinado, de 1865 a
1909.
Estátuas do monarca da era colonial, cujas tropas mataram e mutilaram milhões
de pessoas no Congo, tornaram-se foco de raiva e debate na Bélgica em meio a
protestos mundiais que se seguiram à morte de George Floyd em 25 de maio, em
Mineápolis, nos Estados Unidos.
Várias representações de Leopoldo 2º foram vandalizadas, com estátuas queimadas
e pintadas com tinta vermelha.
Paralelamente, uma estátua do rei Baudouin —o monarca da Bélgica com segundo
maior reinado depois de Leopoldo 2º— foi encontrada manchada de vermelho em um
parque em frente à Catedral de São Miguel e Santa Gudula, em Bruxelas, nesta
sexta-feira. A palavra “reparação” estava pintada na parte traseira.
“Não é assim que procedemos em uma democracia. Não é assim que colocamos a
história de volta no caminho certo”, disse o prefeito de Auderghem, Didier
Gosuin, à RTBF. “Pelo contrário, são atos que chocam, bloqueiam, criam tensões,
conflitos. ”
Gosuin afirmou que o município de Auderghem havia retirado há alguns dias uma
frase de um memorial que homenageava “aqueles que trouxeram a civilização para
o Congo”.
Manifestações tomaram as ruas dos EUA e houve protestos menores em toda a
Europa desde a morte de Floyd, um norte-americano negro desarmado morto por um
policial branco que se ajoelhou por quase nove minutos sobre seu pescoço em
Mineápolis.