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São Paulo inicia testagem de comunidades quilombolas para novo coronavírus

Primeira a ser testada será Peropava, em Registro

31/07/2020 15h53 - Atualizado há 4 anos Publicado por: Redação
São Paulo inicia testagem de comunidades quilombolas para novo coronavírus Foto: Agência Brasil

O governador de São Paulo, João Doria, anunciou na última quarta-feira (29) o início da testagem de covid-19 em comunidades quilombolas. A primeira a ser testada será a comunidade de Peropava, na cidade de Registro, no Vale do Ribeira. No local, segundo o governo, serão testados 120 quilombolas.

A testagem será feita com os chamados testes sorológicos, os testes rápidos, que identificam as pessoas que já tiveram o vírus e desenvolveram anticorpos. Naquelas pessoas que apresentarem sintomas ou que tiveram contato com pacientes confirmados para o novo coronavírus, o exame a ser feito é o de RT-PCR, que aponta a presença do material genético (RNA) do vírus. Esse exame também é realizado como contraprova, em casos em que o teste rápido der resultado positivo.

Além da testagem, o governo pretende distribuir cestas básicas, cobertores, máscaras e álcool em gel para as 32 famílias residentes nesse local.

“Essa iniciativa é mais uma etapa do programa de testagem em comunidades vulneráveis do governo de São Paulo em parceria com o Instituto Butantan. A meta é chegarmos a 233 mil testes em pessoas de populações vulneráveis, incluindo indígenas, quilombolas, moradores de comunidades carentes, idosos, moradores de abrigos, além daqueles que já foram testados, que são servidores públicos em contato direto com a população como profissionais de saúde e de segurança pública”, disse Doria.

Prazo

De acordo com o governador, o intuito é testar a totalidade das comunidades indígenas e quilombolas do estado nos próximos 20 dias.

Até o ano passado, o Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) havia reconhecido e regularizado 36 áreas como remanescentes de quilombos no estado e mais de 1,4 mil famílias vivendo nesses locais. Os quilombos são comunidades formadas em locais que, no passado, eram áreas de refúgio de africanos escravizados que escapavam dos trabalhos forçados.

“Estamos trabalhando preventivamente, identificando as pessoas que já foram infectadas e as que estão infectadas. E tomando as medidas que a situação exige. São populações que, muitas vezes, vivem em pequenas comunidades, com estilo de vida diferente, com dificuldade na questão do isolamento e do acesso aos recursos de saúde. Vamos testar os 6 mil indígenas do estado de São Paulo e vamos testar todas as comunidades quilombolas”, disse Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan.

Ampliação

O programa de ampliação de testagem no estado já atendeu cerca de 1,5 mil indígenas do litoral sul. Também foram feitos exames em comunidades carentes: 2.860 exames foram realizados nas comunidades do Jardim Pantanal e de São Remo, na capital. A ideia agora é ampliar a testagem para o bairro da Brasilândia e de Heliópolis, na capital paulista, ambas regiões de população vulnerável.

Até o momento, o governo paulista diz que já testou 106 mil policiais e seus familiares e 46 mil profissionais da área da saúde do estado.

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