Ditadura

Ponto de Cultura resgata história de luta

Ponto de Cultura Inês Etienne/ABr

 

Agência Brasil

Pesquisadores, ativistas e familiares de pessoas desaparecidas durante a ditadura civil-militar se uniram em Petrópolis, no Rio de Janeiro, para preservar a memória política e defender os direitos humanos. Eles criaram o Ponto de Cultura Inês Ettienne, projeto surgiu para fortalecer ações comunitárias que promovam a reflexão, educação e a resistência.

A inspiração vem da luta da ativista política Inês Etienne Romeu, única sobrevivente da Casa da Morte.

Ela ficou detida no imóvel entre maio e agosto de 1971, quando foi torturada por militares. Mais tarde, já em liberdade, denunciou tudo o que acontecia na casa. A ativista morreu em 2015.

Justamente por todo o passado da região e pela história de Inês, foi realizado na última semana um ato público em frente ao imóvel.

O grupo que integra o Ponto de Cultura, ainda sem sede, pediu a desapropriação da casa para transformá-la em um local voltado à memória.

PONTO DE CULTURA

“Participaram familiares de desaparecidos na Casa da Morte. Alguns deles comprovadamente, outros ainda não. Mas há indícios de que isso [o desaparecimento] possa estar circunscrito lá, que foi um dos principais centros de assassinatos de militantes políticos”, diz Vera Vital Brasil, integrante do Ponto de Cultura Inês Etienne.

Um processo de desapropriação do imóvel chegou a ser aberto. A prefeitura de Petrópolis recebeu no início deste ano autorização da 4ª Vara Cível para tomar posse, mas não houve a conclusão do caso, que enfrenta a resistência do atual proprietário.

Assim, o imóvel segue sendo uma propriedade privada. “O movimento luta há anos para transformá-lo num centro de memória. Há o Pro Memorial Casa da Morte que está em funcionamento e existe a busca de recursos para a aquisição da casa, que é particular e está na mão de uma pessoa que a comprou do [Ricardo] Lodders, que foi quem a cedeu para o Exército”, recorda Vera.

ÍCONE

Por sua trajetória e por ter sido a única sobrevivente do local, Inês Etienne é o grande ícone do Ponto de Cultura que leva seu nome. “Ela é esse símbolo de resistência, uma sobrevivente das situações mais bárbaras e cruéis. Inês é para nós um símbolo de luta e de resistência que abriu um caminho de reconhecimento do que havia nesses porões da ditadura”, acrescenta.

O grupo planeja novas atividades. Vera diz que “a intenção é promover a exibição de filmes, músicas e obras culturais que lembrem e permitam a informação sobre o que aconteceu durante a ditadura militar no Brasil”, finaliza.

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