Moro e Lava Jato são ignorados em debate municipal
Redes Sociais praticamente esqueceram os assuntos de 2018
Na eleição de 2018, quando a Justiça Eleitoral permitiu o investimento dos candidatos na amplificação dos seus posts nas redes sociais foram registrados cerca de 6.200 anúncios no Facebook nos quais a palavra combate à corrupção era o destaque. Nesse mesmo período ocorreram 590 publicações patrocinadas com a palavra-chave Lava Jato. O expoente da operação, o então juiz Sergio Moro, apareceu em 93 anúncios no Facebook.
Agora em 2020, a situação é bem diferente. Desde 27 de setembro quando a campanha oficial foi iniciada, os anúncios sobre corrupção despencaram. Em torno da Lava Jato foram 170 comerciais de candidatos e partidos. A maior queda ocorreu com Moro. Apenas uma única candidata, a vereadora Amália Tortato (Novo), que disputa uma vaga na Câmara de Curitiba, fez 2 anúncios citando o ex-juiz.
Esse sumiço da Lava Jato e de Moro da campanha municipal ocorre em várias direções. Entre as 13.000 publicações dos candidatos a prefeito das capitais produzidas nos últimos 30 dias, 0,4% foi dedicado à corrupção, 0,1% para a Lava Jato e 0,03% para Moro. Mesmo aparecendo em algumas pesquisas como um potencial adversário do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 2022, Moro está perdendo densidade digital, ativo de grande relevância para uma campanha de alcance nacional.
Logo que Moro saiu do Ministério da Justiça, quando se imaginava que ele seria a força contrária a Bolsonaro na próxima eleição, Moro ganhou 343 mil seguidores no seu perfil oficial na Twitter e alcançou cerca de 3 milhões de fãs no Instagram. Desde o início de junho, o ex-ministro ganhou apenas 63 mil aliados no Twitter e perdeu cerca 345 mil no Instagram. O interesse sobre o ex-juiz também acompanha essa tendência no Google. Na escala que vai de 0 a 100, a curiosidade sobre Moro nas buscas do Google ficou na média 4,6 nos últimos 12 meses. Atualmente esta taxa está em torno de 1,2.
Esses sinais revelam que a opinião pública digital está se afastando do ex-ministro e para garantir uma viabilidade eleitoral em 2022, caso esse seja o seu desejo, a recuperação desta estrada precisa começar o quanto antes. Quanto mais demorar para decidir sua candidatura à presidência, menos espaço ele ocupará para viabilizar uma candidatura capaz de ser viável contra Bolsonaro e o PT. Em São Carlos, a situação de Moro não é diferente. Entre os 12 candidatos a prefeito, não existe nenhuma citação ao trabalho da Lava Jato ou ao ex-ministro.