O empresário Fábio Luiz Lula da Silva, o Lulinha, voltou a ser citado em depoimentos encaminhados à Polícia Federal e à CPMI do INSS no Congresso Nacional. Segundo informações apresentadas por Edson Claro, ex-funcionário do empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, Lulinha teria recebido uma mesada de cerca de R$ 300 mil, além de um suposto pagamento de R$ 25 milhões feito por Antunes.
O depoimento encaminhado às autoridades não especifica a moeda do repasse milionário e integra um conjunto de denúncias que estão sendo analisadas pela comissão.
Apesar das citações, a CPMI do INSS rejeitou, nesta quinta-feira (4), o requerimento que pedia a convocação de Fábio Luís para prestar esclarecimentos. Por 19 votos a 12, os parlamentares da base governista barraram o pedido apresentado pelo deputado Marcel van Hattem (Novo-RS).
O requerimento se apoiava, além das declarações envolvendo o “Careca do INSS”, em registros de que João Muniz Leite, ex-contador da família de Lula, teria recebido R$ 120 mil de Ricardo Bimbo, dirigente do PT que, segundo as investigações, foi beneficiado por repasses de uma empresa suspeita de integrar um esquema de descontos ilegais em aposentadorias. O texto também mencionava que Leite é investigado pelo Ministério Público de São Paulo por suspeita de lavagem de dinheiro ligada ao PCC.
A oposição argumenta que a coincidência temporal entre os repasses e os vínculos com o ex-contador justificariam a convocação do filho de Lula, que atualmente vive na Espanha e atua no setor de tecnologia. A base aliada, porém, avaliou que não há elementos suficientes para o comparecimento de Lulinha à CPMI.
