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Cor é critério para escolher parceiro, diz pesquisa do IBGE

27/10/2012 14h38 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Cor é critério para escolher parceiro, diz pesquisa do IBGE

 

Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) baseada em dados do Censo 2010, 70% dos casamentos ocorridos no país ocorrem entre pessoas da mesma cor/raça, sendo o índice maior em pessoas brancas (74.5%). Renda e nível educacional também são aspectos levados em consideração, aponta pesquisa publicada semana passada.

 

“O interessante dos dados citados é que eles demonstram a importância da variável cor/raça para compreensão do racismo no Brasil para além da dimensão da desigualdade racial. Mostram como no Brasil, sociedade em que persiste o racismo, a racialização das relações sociais atravessa as escolhas dos indivíduos de modo muito relevante, influenciando dimensões fundamentais de suas vidas – como a construção da família, mas também a construção do gosto e do afeto”, diz Danilo Moraes, doutorando Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS) da UFSCar.

Questionado se os dados revelam algo muito diferente do que se imaginava até então, o pesquisador da UFSCar disse: “Como se sabe ainda é difundida a crença, no Brasil, de que em nosso país as relações entre brancos e não-brancos são marcadas pela harmonia, a mistura, a “miscigenação”. Há um conjunto bastante grande de dados sobre desigualdades raciais que desmistificam esta ideia de “harmonia racial” supostamente típica no Brasil. Por exemplo, os alarmantes dados de homicídios no país,  como mostra o Mapa da Violência de 2011 (Ministério da Justiça), que apresentam em 2008 a população negra (pretos e pardos) morrendo assassinada 103% mais que a população branca”, afirma Moraes, que acrescenta: “Entretanto, para além das desigualdades raciais, também é importante compreender como opera o racismo em outras dimensões da vida social, o que os dados e análise do IBGE neste momento auxiliam, pois demonstram como de fato a “mistura” entre diferentes grupos de cor/raça, a partir do casamento, não é uma regra, mas sim uma exceção.

Portanto, os dados do censo 2010 são importantes por evidenciar, mais uma vez, como a realidade das relações étnico-raciais no Brasil é bastante distinta do que parece crer o senso comum”.

 

Outros dados

A pesquisa ainda mostra que entre 2000 e 2010 cresceu quase 5% o número de casais sem filhos: eram 13% em 2000, e 17,7% em 2010. Outro dado é o nível de escolaridade dos chefes de família: 50,8% não têm instrução ou têm o fundamental incompleto; 15,5% têm fundamental completo e médio incompleto, e a mesma porcentagem têm ensino médio completo e superior incompleto. E 10% dos chefes de família têm superior completo.

 

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