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CLiCA da UNICEP encerrou o semestre de 2020 com três encontros

Antes, no dia 14 de novembro, a tertúlia tinha sido sobre a obra "As intermitências da morte", de José Saramago

18/12/2020 13h48 - Atualizado há 4 anos Publicado por: Redação
CLiCA da UNICEP encerrou o semestre de 2020 com três encontros Foto: Divulgação

Neste final de ano, os encontros do CLiCA, Clube de Literatura, Cinema e Artes da UNICEP se deram em três sábados seguidos: 28 de novembro, 05 e 12 de dezembro. E respectivamente trouxeram para debate as obras: “Menino a bico de pena”, de Clarice Lispector, e “A caçada”, de Lygia Fagundes Telles; “A herança africana no Rio de Janeiro”; e “A metamorfose”, de Franz Kafka.

Antes, no dia 14 de novembro, a tertúlia tinha sido sobre a obra “As intermitências da morte”, de José Saramago.

Sobre o encontro de 14 de novembro, a estudante de Psicologia do UNICEP, Mariana Reinaldi, teceu as seguintes considerações: “Estive presente no encontro e achei que foi uma experiência enriquecedora. Não tive tempo de ler o livro, mas as discussões trazidas pelo professor no CLiCA me deixaram curiosa para realizar a leitura. Fiquei intrigada com o autor, José Saramago. Pelo que pude compreender, a obra ‘As intermitências da morte’ explorou algumas questões humanas (moral, economia, política, corrupção, amor, etc.) através do viés da morte, ou nesse caso da falta dela, e é algo que eu, particularmente, nunca tinha parado para pensar. Me trouxe boas reflexões. Agradeço pelo projeto, pois tem me agregado conhecimentos para a vida e para a minha graduação em Psicologia”.

No dia 28 de novembro, a tertúlia foi sobre os dois últimos contos eleitos de uma primeira lista do projeto CLiCA. Tratam-se de “Menino a bico de pena”, de Clarice Lispector, e de “A caçada”, de Lygia Fagundes Telles.

De acordo com o docente Marcos Gigante, idealizador do projeto: “Foram trazidas as texturas dos contos da forma mais completa possível, embora nada substitua a leitura dos próprios. Também foram feitas considerações, por exemplo no caso do conto de Clarice Lispector, sobre o crescimento da importância da Psicanálise a partir da década de 1950, que passou a ser usada como modelo biopsicológico de preocupação com a subjetividade infantil. Além das várias crônicas e colunas de Clarice Lispector, o conto ‘Menino a bico de pena’ é a expressão dessa visão que se tornou muito importante especialmente para as classes médias urbanas. No conto de Lygia F. Telles, ‘A caçada’, novamente foi discutida a questão do insólito na literatura (assunto também abordado no conto ‘Venha ver o pôr-do-sol’, da mesma autora no dia 29 de agosto)”.

No dia 05 de dezembro foi a vez do historiador Paulo Sergio Martins Pedro comandar a tertúlia “A herança africana no Rio de Janeiro”. Por intermédio de slides, percorreu várias localidades da cidade do Rio de Janeiro, mostrando o contexto dos locais, contrariando o silenciamento das vozes africanas, e promovendo reflexões sobre o escravismo e o racismo no Brasil. Segundo Paulo Pedro, em vários aspectos do cotidiano podemos constatar a “herança viva nos costumes, na culinária, na música e na religiosidade”. Paulo Pedro falou sobre a área portuária, a Organização Remanescente da Tia Ciata (ORTC), sobre o Instituto dos Pretos Novos (IPN); também, sobre as igrejas fundadas por irmandades de negros, o Museu do Negro, a religião e os ritmos africanos, matrizes do samba carioca.

Já no dia 12 de dezembro, a tertúlia foi sobre um dos maiores clássicos da literatura mundial, “A metamorfose”, de Franz Kafka.

“Os participantes discutiram os três capítulos da obra, acompanhando a textura recheada de mergulhos na alma humana. Gregor Samsa, que em ‘certa manhã, ao despertar de sonhos intranquilos’ vê-se transformado num monstruoso inseto, evoca diversas dimensões da vida moderna: a solidão, a animalização, a violência, a perda da comunicação, o autoritarismo paterno e as diversas agruras familiares, que incluem extremas dificuldades de relacionamento e comunicação. Especial atenção é dada à condição de vida e de trabalho de uma família de trabalhadores. Em Kafka, nunca temos o devido controle sobre o que nos acontece, sobre nossa própria vida. Não raro, estamos numa situação que sequer compreendemos devidamente. Ficamos carentes de explicações e de sentido, já que estamos muito longe de sermos senhores absolutos de nossos destinos na modernidade.”, contou Gigante.

“O CLiCA pretende ser um espaço de cultivo, de compartilhamento e de multiplicação de saberes; uma oportunidade de nos repertorizarmos com base na inteligência, sensibilidade e criatividade promovidas pela literatura, pelo cinema, pelas artes. Um exercício de compreensão, expressão e repertório crítico. Ano que vem tem mais! Associem-se pelo site.”, convidou o docente.

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