Caso “Monstro de Rio Claro” deve virar filme nos Estados Unidos
Longa-metragem será baseado na obra de Reginaldo Carlota, que investigou os crimes bárbaros cometidos pelo serial killer
A obra “O Matador de Crianças” escrita pelo jornalista ituano Reginaldo Carlota, que conta a história do serial killer Laerte Patrocínio Orpinelli, conhecido como “O Monstro de Rio Claro”, autor de vários assassinatos de crianças entre as décadas de 1970 e 1990 em cidades do interior paulista; como Rio Claro, Pirassununga, Bauru, São Carlos, Monte Alto, Itu, Franca, Potirendaba e Araraquara; está prestes a virar filme nos Estados Unidos.
Lançado em 2011 pelo selo editorial “Serial Books”, do próprio Carlota, o livro já vendeu mais de 15 mil exemplares desde o lançamento e serviu de base para os roteiros dos episódios “O Monstro de Rio Claro”, da série “Instinto Assassino” do Discovery Channel e da série “Investigação Criminal”, da Netflix.
Ambos os documentários já foram exibidos em mais de 100 países e contaram com a participação de Carlota como convidado especial, sendo que nas duas séries ele traçou o perfil psicológico do assassino e explicou em detalhes como Orpinelli seduzia e matava suas vítimas, todas crianças de origens humildes.
Por conta da divulgação que o livro obteve no exterior, tanto nos documentários da Netflix e Discovery Channel, quanto nos jornais, Carlota acaba de receber uma proposta para ter sua obra transformada em filme nos Estados Unidos.
“Na verdade, não estou realmente surpreso, pois já faz alguns anos que venho mostrando esse livro não só nos EUA, mas também na Europa e explicando o potencial que ele tem para tornar-se um thriller de suspense como ‘Psicose’ ou ‘O Silêncio dos Inocentes’. Orpinelli é sem dúvida alguma um dos maiores assassinos de crianças do mundo e uma história chocante como essa, precisa sim ser conhecida pelo maior número de pessoas possível. Se já existiu o tal ‘bicho papão’, acredite, era ele, o Laerte Orpinelli”, declarou Carlota.
O autor revelou que irá em breve para os Estados Unidos finalizar as negociações da adaptação de seu livro para as telas, mas por questões contratuais, por enquanto ainda não pode revelar o nome do estúdio que está adquirindo os direitos da obra e nem outros detalhes do negócio.
“Recentemente tirei um novo Visto Americano que vale pelos próximos 10 anos, mas por conta dessa pandemia, ainda não sei ao certo quando poderei viajar para os EUA, mas, assim que estiver liberado e o estúdio der autorização, contarei todos os detalhes do negócio”, finalizou.
RELEMBRE O CASO- Nascido e criado em Araras, Laerte Patrocínio Orpinelli, que ficou conhecido como “O Monstro de Rio Claro”, perambulou por dezenas de cidades do interior de São Paulo, entre as décadas de 70, 80 e 90, percorrendo uma trajetória sangrenta e sádica de crimes macabros. O assassino estuprou e matou com requintes de crueldade, um número ainda não contabilizado de crianças. Quando preso, admitiu ter feito mais de cem vítimas, durante os trinta anos de crimes horrendos.
A maioria dos crimes, sempre praticados com requintes de crueldade, ocorreram durante toda a década de 80 e 90, quando dezenas de desaparecimentos misteriosos de crianças começaram a ocorrer pelo interior de São Paulo, principalmente na região norte do Estado.
As vítimas, quase sempre crianças com idades entre 8 e 10 anos, eram encontradas dias depois dos desaparecimentos, com o crânio esmagado por socos ou estranguladas, as duas maneiras preferidas que o assassino usava para matar.
Inconformado com o assassinato de duas garotinhas, ambos ocorridos na cidade de Itu, no ano de 1984, quando tinha apenas 10 anos, o jornalista ituano Reginaldo Carlota, passou anos seguindo de maneira obsessiva a trilha de sangue deixada pelo andarilho assassino e foi refazendo toda a rota de seus crimes.
A obsessão do autor pelo criminoso era tanta, que ele perambulou durante meses por diversas cidades do interior paulista, pegando carona nas mesmas rodovias em que o assassino pegava, atrás de informações sobre ele. O autor também ia pessoalmente até os locais onde o maníaco havia matado suas vítimas, frequentava os mesmos bares que ele havia frequentado, conversava com as mesmas pessoas que o assassino havia conversado, ouviu depoimentos de familiares e conhecidos das vítimas e pesquisou inúmeros inquéritos policiais sobre os assassinatos de crianças. Carlota também entrevistou três delegados envolvidos nos casos e chegou ao extremo de pernoitar nos mesmos albergues noturnos em que o andarilho dormia, tudo para descobrir o máximo que podia sobre o serial killer e traçar seu perfil psicológico.
O livro “O Matador de Crianças” está à venda no site Mercado Livre, pelo valor de R$ 49,90.