CPI da Saúde quer relatório diário da vacinação contra Covid-19
“O monitoramento será para garantir que não haverá privilégios” afirmou o vereador Azuaite Martins de França
Os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde aberta pela Câmara de Vereadores de São Carlos (SP) reuniram-se ontem, 18, no Plenário da Casa Legislativa para definir quais assuntos serão tratados pela comissão. A CPI vai focar na vacinação contra a Covid-19 com um monitoramento diário das doses aplicadas e qual população está sendo imunizada. Em um segundo momento analisará os gastos da verba do governo federal e estadual desde 2017 aplicados pela Secretaria Municipal de Saúde. Incluem-se nesta análise os R$ 28 milhões destinados, em setembro de 2020, à cidade para combater a pandemia de coronavírus e fazer os ajustes financeiros do município.
A reunião foi presidida pelo vereador Marquinho Amaral (PSDB) e contou com o vereador Elton Carvalho (Republicanos), responsável pelo relatório da CPI e os vereadores Azuaite Martins de França (Cidadania) e Bruno Zancheta (PL). Os vereadores têm 60 dias para apresentar o relatório das investigações.
De acordo com Marquinho Amaral, será solicitada à Prefeitura a relação das vacinas recebidas e aplicadas e quais critérios de prioridade foram adotados para eleger o grupo a ser imunizado.
Azuaite disse que irá fazer o monitoramento da vacinação para dar transparência ao processo e garantir à população que os critérios de imunização são os estabelecidos pela autoridade sanitária brasileira. “O monitoramento será para garantir que não haverá privilégios”.
“Nosso papel é tirar a limpo de como foi feita a imunização até o momento e daqui pra frente receberemos diariamente relatório de vacinação para cruzar os dados, e principalmente, informar à população sobre todo o movimento de imunização”, afirmou o vereador que disse ainda que pretende monitorar o estoque de vacina para ter o controle: “Se estiver faltando vamos ter informação concreta para correr atrás de novas doses”.
Os membros da CPI pretendem vistoriar os locais de vacinação para inspecionar e conversar com a população e equipe assistencial.
Marquinho Amaral salientou que a CPI não pretende discutir “áudios de internet”. “Quero discutir as vidas que perdemos, a saúde é muito mais importante que ataques pessoais, não podemos ver mais mortes na cidade”, destacou.
“Para mim a população não está tendo um atendimento humano, digno e eficaz na área da saúde. O vereador foi contundente ao afirmar que a Secretaria de Saúde não fornece documentos solicitados pelos vereadores”, afirmou o vereador.
OUTRO LADO – O secretário municipal de Saúde, Marcos Palermo, afirmou ver com “bons olhos” a CPI da Saúde. “A Comissão mostra a importância do Poder Legislativo na fiscalização de verbas públicas. Nós respeitamos os vereadores sempre parceiros da Saúde”, afirmou.
COMO FUNCIONA A CPI – A CPI da Saúde contou com a assinatura de 14 vereadores, dos 21 que compõem a Câmara. Pelo Regimento Interno da Casa Legislativa, são necessárias sete assinaturas para que se abra uma Comissão Parlamentar de Investigação. Este é um instrumento das bancadas minoritárias que conseguem instaurar uma investigação sem a necessidade de ter um quórum de vereadores qualificado que é de dois terços da Casa.