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Especialistas trazem mitos e verdades sobre variante do coronavírus

Os cientistas já descobriram mais de mil linhagens do coronavírus

21/02/2021 10h50 - Atualizado há 4 anos Publicado por: Redação
Especialistas trazem mitos e verdades sobre variante do coronavírus Foto: Divulgação

Especialistas da Dasa, empresa de medicina diagnóstica, esclarecem as dúvidas mais comuns sobre as variantes do coronavírus, os mitos e verdades sobre a nova linhagem do coronavírus para elucidar as principais dúvidas da população. Participaram da entrevista o diretor médico, Gustavo Campana, e o virologista José Eduardo Levi.

Os cientistas já descobriram mais de mil linhagens do coronavírus. Já há mais de mil linhagens do Sars-CoV-2 cadastradas por cientistas de todo o mundo em um banco de dados global colaborativo para estudo e pesquisa. “As predominantes no Brasil são a B.1.1.7, originária do Reino Unido; a P1, que emergiu em Manaus; e a P2, que surgiu em dezembro no Rio de Janeiro. Apesar de ser bastante divulgada, a linhagem B.1.351, de origem sul-africana, ainda não chegou ao País”, diz Levi.

Os especialistas identificam como mito a hipótese do vírus que sofre mutação ser mais forte e poder desencadear casos mais severos da doença. “As mutações fazem parte da evolução natural dos vírus. Quando invadem as células para se multiplicar no organismo e, durante o processo de cópia, o código genético do vírus pode sofrer alterações em suas “letras” e essas mutações dão origem a novas variantes, novas linhagens da mesma família de vírus. As mutações são abundantes nos vírus, mas a maioria é irrelevante e não interfere em seu poder de agressividade/letalidade”, explica Campana. Ele acrescenta: o que se sabe sobre as três variantes conhecidas – britânica, amazonense e sul-africana – é que elas têm alto poder de transmissibilidade.

Os cientistas da Dasa afirmaram que uma pessoa pode ser infectada mais de uma vez. Apesar de pouco comum, a ciência já comprovou que é possível contrair o coronavírus duas vezes. Nas pesquisas que estão em andamento, os cientistas estão notando que a variante P.1 (Manaus) e a B.1.351 (sul-africana) são capazes de reinfectar pessoas que haviam tido Covid-19, ou seja, driblam os anticorpos desenvolvidos no primeiro episódio da doença. “Trata-se de um vírus descoberto há pouco tempo e o conhecimento sobre ele está sendo construído, no mundo todo, junto com o enfrentamento da pandemia que ele causou”, observa o virologista.

Questionados sobre se existe uma variante que seja mais letal do que a outra, ambos afirmaram que não. Segundo eles, até o momento não há comprovação científica de mutações que sejam mais letais que outras. O número de óbitos aumenta porque, sendo mais transmissível, cresce o número de casos.

Contudo, o alerta foi dado: as novas variantes podem reduzir a eficácia das vacinas. “Algumas das vacinas em teste e em uso já demonstraram redução da eficácia para a variante sul-africana. A do Amazonas está sendo estudada, mas, por ter um perfil mutacional bem parecido com a sul-africana, espera-se um resultado similar. As vacinas não deixam de fazer efeito, mas podem perder a eficácia”, afirma Campana.

ISOLAMENTO – Mais uma informação deve ser levada em consideração: quem se vacinou ainda precisa manter o isolamento social. A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza que todas as pessoas vacinadas devem continuar com as medidas de precaução até que as pesquisas sejam conclusivas e se saiba por quanto tempo dura a proteção. Até lá, manter o uso de máscaras, a higienização das mãos e o distanciamento social são medidas fundamentais para enfrentar o coronavírus.

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