Hospitais apontam estabilidade no fornecimento de oxigênio
Dados são fruto de solicitação feita pelo vereador Lucão Fernandes (MDB) aos hospitais e à Prefeitura
Os hospitais de São Carlos (SP) afirmam que o estoque dos gases medicinais, principalmente, o oxigênio (O²), se mantém estável e o fornecimento regular dentro da previsão dos contratos. O relatório de consumo foi apresentado ao vereador do MDB, Lucão Fernandes, que solicitou em janeiro de 2021 o panorama do estoque de O² na rede de saúde de São Carlos.
Diante das respostas, o parlamentar disse ter ficou “mais tranquilo” porque identificou movimentação dos hospitais e da Prefeitura na revisão dos contratos de fornecimento do gás medicinal.
“Fiz esse questionamento sobre o O² diante dos acontecimentos de Manaus (Amazonas) que nos mostrou um quadro crítico e hoje podemos constatar essa triste realidade aqui em Araraquara”, justificou.
Lucão irá propor à Comissão Permanente de Saúde, a qual preside, que a Câmara receba quinzenalmente dos hospitais de São Carlos um relatório de estoque e uso do O². “Com isso, os vereadores terão noção de como está o fornecimento e estoque do gás medicinal na cidade.
A Unimed relatou ao vereador, em 1º de fevereiro, que o consumo diário entre março e dezembro de 2020, foi de 108 metros cúbicos de O². Antes da pandemia a média diária era de 93 metros cúbicos, e que o tanque de armazenamento do gás tem capacidade de estocar até 3 mil metros cúbicos. No contrato da operadora de saúde, quando o estoque chega a 35%, o fornecedor é informado eletronicamente e já faz nova remessa do oxigênio.
A Santa Casa de São Carlos informou, ao parlamentar, em 26 de janeiro, não ter havido variação significativa no consumo do O² durante o ano passado. O hospital conta com um tanque para estocar oxigênio de 6 mil metros cúbicos e uma central de reserva com dez cilindros com capacidade de armazenamento de até 10 mil metros cúbicos. No ofício, o hospital informou que o contrato com o fornecedor garante até o dobro do fornecimento em casos extraordinários.
O Hospital Universitário (HU-UFSCar) informou em 25 de janeiro que a média mensal do consumo de O² é de 150 metros cúbicos e que quando o tanque de reserva atinge 30% da capacidade o fornecedor, a partir de uma leitura remota, já faz novo envio de oxigênio.
O Centro de Triagem do de Síndrome Gripal, no ginásio Milton Olaio Filho, usou em novembro 100 metros cúbicos de O²; em janeiro 404 metros cúbicos e até ontem, 22, já deu indicativo de aumento, segundo dados da Prefeitura.
Nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) da Prefeitura o consumo médio é de 4 mil litros por mês e não houve um aumento significativo no caso de oxigênio. O paciente que precisa ser internado é direcionado aos hospitais e não fica na UPA por muito tempo.
ANÁLISE – O consultor no segmento de saúde, Pedro Taisei afirmou haver uma crescente na demanda de O² pelos hospitais. O quadro traçado por ele indica um colapso no Estado com falta do produto para a rede de saúde, com a evolução das internações pelo Covid-19. “O abastecimento de O² a granel está se esgotando e deixando a desejar por falta de recipiente de envasamento que são os cilindros. O panorama visto em Manaus poderá ocorrer no Estado de São Paulo”, adverte.