Mulheres foram mais afetadas pela crise da Covid-19
27 em cada 100 mulheres ocupadas em 2019 perderam o trabalho em 2020: 11% foram para o desemprego e 16% para a inatividade
De acordo com estudo do Seade, no primeiro ano da pandemia, as mulheres na Região Metropolitana de São Paulo foram as mais afetadas pela crise, resultando em menos trabalho, mais desalento e maior dependência de mecanismos de transferência de renda.
Entre as mulheres ocupadas em 2019, 27% não estavam mais trabalhando no final de 2020: 11% foram para o desemprego e 16% para a inatividade. Entre as desempregadas em 2019, 40% continuavam sem trabalho e 31% foram para a inatividade. Apenas 7% das mulheres migraram para uma condição de atividade mais favorável, passando do desemprego ou da inatividade para ocupação.
Entre as mulheres que permaneceram ocupadas entre o final de 2019 e o de 2020, 87% não mudaram de trabalho. Entre estas:
- 30% tiveram redução de jornada de trabalho;
- 44% vivenciaram interrupção de trabalho durante a pandemia;
- 32% passaram a ter uma renda de trabalho menor.
Entre as mulheres ocupadas em 2020, 6% fizeram acordo de manutenção de emprego no âmbito do Programa de Benefício de Manutenção do Emprego.
Mais mulheres foram para o desemprego, mas o perfil das desempregadas não se alterou. Persistiu afetando principalmente as mais jovens, filhas, negras e aquelas com instrução intermediária (ensino fundamental e médio completo). Como meio de sobrevivência, 24% das mulheres desempregadas realizaram algum bico.
Além de mais mulheres terem deixado de procurar trabalho e ido para a inatividade em 2020, 45% delas fizeram isto pela necessidade de cuidar da casa ou da família, motivo pouco relevante entre os homens.
O fato de 34% das mulheres com 18 anos e mais receberam o auxílio emergencial foi decisivo para atenuar os impactos da crise sobre seus rendimentos. Entre as mulheres que trabalhavam como domésticas em 2019, a parcela que recebeu auxílio emergencial foi ainda maior (52%).