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Casos de Covid-19 crescem 119,42% em São Carlos

Boletim do Comitê de Controle do Coronavírus da UFSCar ainda relata que mortes em fevereiro e março cresceram 97,50% na cidade

04/04/2021 05h42 - Atualizado há 4 anos Publicado por: Redação
Casos de Covid-19 crescem 119,42% em São Carlos Foto: Agência Brasil

O boletim mensal elaborado pelo médico especialista em Epidemiologia e coordenador técnico do Comitê de Controle do Coronavírus da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), Bernardino Alves Souto, mostra que o acúmulo mensal de casos da Covid-19 cresceu 119,42% entre fevereiro e março de 2021. A cidade tem 14.127 casos positivos para a doença.

O documento indica que a quantidade de mortes pelo Covid-19 cresceu em 97,50% entre os dois meses. Com isto, março passou a ser o período com maior número de mortes desde o início da epidemia há um ano, ainda com tendência exponencial crescente no número de contágios e óbitos.

Neste domingo, 4, São Carlos completa um ano da morte da primeira vítima de Covid-19. Até sexta-feira, 2, a cidade havia registrado 221 óbitos em decorrência da doença.

Na mesma direção, a média do número de pessoas diariamente em internação hospitalar com diagnóstico confirmado de Covid-19 também persistiu crescente, com novo aumento entre fevereiro e março de 2021 em 54,68%. “A elevação do número de casos confirmados em internação preocupa porque cria a expectativa de aumento do número de mortes nas semanas seguintes, uma vez que é neste ambiente que a mortalidade específica é mais alta”, adverte o epidemiologista.

“As informações não são as mais otimistas para o final da pandemia. A epidemia no Brasil deve se arrastar até o inverno de 2022”, diz o infectologista gaúcho Alexandre Schwarzbold que atua na linha de frente no combate a covid-19 no hospital da Universidade Federal de Santa Maria (RS), onde é chefe da Unidade de Pesquisa Clínica.

“A principal dificuldade encontrada hoje pelas equipes que atendem os pacientes mais graves e instáveis é sobretudo o atraso com que eles chegam ao hospital, apresentando quadros mais severos de falta de oxigênio”.

De acordo com o infectologista, isso ocorre pelo uso de medicamentos que, além de não funcionar, pioram a situação, como é o caso de corticoides e imunossupressores, administrados de forma precoce demais, em pacientes que tinham o vírus em sua fase inicial. “Os pacientes chegam muito tardiamente, com a ilusão de que estavam sendo tratados e às vezes com quadros mais severos por conta da inibição da resposta imune. Essa talvez seja, hoje, a situação mais complicada, a do primeiro manejo e pela quantidade que chegam ao hospital num nível muito tardio”, relata.

UTI – A taxa de ocupação de leitos especiais para Covid-19 de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para adulto está em 97,1%, com 34 adultos estão internados. No total a cidade de São Carlos opera com 35 leitos de terapia intensiva SUS para adultos, sendo 25 na Santa Casa e 10 no Hospital Universitário (HU). Apesar de a Santa Casa contar com 30 leitos especiais para a Covid-19, somente 25 estão em operação, pois o hospital anunciou a falta de insumos e não retornou a admissão de novos pacientes.

Segundo dados do boletim da Vigilância Epidemiológica da Prefeitura, nas UPAs (Unidade de Pronto Atendimento), dez pacientes estão em leitos de estabilização, sendo 2 na UPA do Aracy, 4 na UPA da Vila Prado e 4 na UPA do Santa Felícia. Destes, quatro são casos de alta complexidade.

 

Subnotificação

Prefeitura aplica testa da Covid-19 sete vezes menos que o ideal, diz UFSCar

O boletim mensal elaborado pelo médico especialista em Epidemiologia e coordenador técnico do Comitê de Controle do Coronavírus da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), Bernardino Alves Souto, indica que, em média, 222 testes diagnósticos da Covid-19 foram feitos por dia no Centro de Triagem da Prefeitura em fevereiro e março. “Estima-se que, tendo em vista os valores encontrados para estes dois indicadores, o município deveria ter realizado, em média, 1.712 testes diagnósticos por dia como uma das estratégias para minimizar a subnotificação”.

Para o epidemiologista, estima-se que a subnotificação neste período tenha variado entre 50% e 90%. Para cada caso detectado suspeita-se que possa ter havido até nove que não chegaram ao conhecimento da Vigilância Epidemiológica e, portanto, podem ter ficado fora da contagem.

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